Empurrado pelos 29ºC às 9 da manhã, saí da pacata aldeia alentejana rumo a norte. Em vez de seguir pela Sertã e por Figueiró em direcção a Condeixa, optei por contornar a Serra da Estrela.
Fui até lá e pude presenciar o que o homem me disse: cruzei a fronteira e o segurança da barragem disse-me que tinha que voltar durante domingo. Dei a volta à sua frente e segui caminho.

Pela N18 e N3 segui até Castelo Branco para, aqui, me perder pela Gardunha: em vez de ir pela N3, entrei numa estrada tortuosa. Em Alcains não havia placa nenhuma - pelo menos no domingo! - que indicasse a N3 e, entre cruzamentos, entrei na N352 que sobe e desce a serra. Sobe muito e desce muito, muita curva para a direita e a esquerda, negociadas em 2ª velocidade e sem espaço para colocar a 4ª até à curva seguinte. Se a ideia era abrir o apetite, foi conseguido.
Depois da saída do Fundão em direcção à Covilhã, redescobri um restaurante onde já tinha estada há 20 anos, ou mais: "O Mário". A viagem ainda era longa e, por isso, não abusei muito; regalei-me com um arroz de carqueja e provei um copo de vinho da casa.
Depois de almoço, continuando pela N3, o destino foi Belmonte e louvar Pedro Alvares Cabral e o achamento do Brazil.Belmonte, pelo navegador, pela sua história, pelos sefarditas que fugiram da capital do Império e de outras cidades grandes para, ali no interior, se instalarem e continuarem o seu culto, merece um lugar de destaque no turismo português. Uma vila de grande beleza e de encontro de religiões e saberes. Um sítio onde vale a pena ir todo o ano; mas deixo aqui uma nota: vá na Páscoa e fique os 3 dias pela região.
Com o sol a baixar de Belmonte segui direito a casa, sem mais paragens ou interrupções, pela A25 sempre movimentada.