
O pequeno almoço foi o pior da viagem; não só pela comida que não havia e pelos ovos mexidos que pareciam umas claras batidas no dia anterior mas porque não tinha os meus companheiros com falar e rir.

Às dez horas o responsavel pelo seguro em Erfoud veio com o taxista ao hotel para tratar, uma vez mais, da burocracia de abandonar a moto em Marrocos e seguir por outro meio de transporte.
Depois disso, foram quase 600 km com uma pessoa que não falava francês nem espanhol... e deu tempo para tudo!
A estrada passava pelas Gargantas - por onde os companheiros - e retomava a minha "velha conhecida" nacional que liga Ourzazate a Marrakesh.

Na cidade do cinema, num restaurante para locais, paguei dois almoços mais baratos do que nos custava o já de si barato almoço para turistas: merguez e frango assado antes de retomarmos a viagem.
Nas florestas, após um telefonema de Portugal para me dizerem que já tinha bilhete de avião emitido e que podia levar 25 kg numa só mala, depois de magicar como amarraria as malas da moto com uma cinta de reboque de modo a ficar apenas uma, olhei para o lado e vi a solução: o António Nogueira e o Orlando Romana.
"Arrête", gritei eu para o taxista. Saltei do taxi quase em andamento e expliquei por alto o que me tinha acontecido e, sem autorização, enfiei as malas no Pajero do António. Encontramo-nos em São João da Madeira!, disse eu.
Com um sorriso seguimos para Marrakesh onde, num Ibis tão igual a todos os outros, descansei à espera que me fossem buscar para o avião.