quarta-feira, 3 de maio de 2017

28.4.17 - Erfoud | Ourzazate | Marrakesh

Acordei sem me lembrar de ter deitado; não porque tenha abusado nas cervejas no bar mas porque o estado de desconforto com o hotel, o homenzinho da companhia de seguros, a incerteza do dia me tinham feito dormir mal.
O pequeno almoço foi o pior da viagem; não só pela comida que não havia e pelos ovos mexidos que pareciam umas claras batidas no dia anterior mas porque não tinha os meus companheiros com falar e rir.
Ontem à noite, enquanto bebia uma cerveja local no bar, trocava mensagens com eles sobre a viagem e escrevíamos sobre os muçulmanos não beberem. Ao meu lado, era cerveja vinho branco e wisky. Será que acompanhavam com chouricinhos miniatura?!
Às dez horas o responsavel pelo seguro em Erfoud veio com o taxista ao hotel para tratar, uma vez mais, da burocracia de abandonar a moto em Marrocos e seguir por outro meio de transporte.
Depois disso, foram quase 600 km com uma pessoa que não falava francês nem espanhol... e deu tempo para tudo!
A estrada passava pelas Gargantas - por onde os companheiros - e retomava a minha "velha conhecida" nacional que liga Ourzazate a Marrakesh.
Dormi, fotografei a paisagem, voltei a dormir e a fotografar. Com o passar das horas fiquei com foma mas o " arrête por manjer" não sortiu nenhum efeito por quase 80 km. 
Na cidade do cinema, num restaurante para locais, paguei dois almoços mais baratos do que nos custava o já de si barato almoço para turistas: merguez e frango assado antes de retomarmos a viagem.
Nas florestas, após um telefonema de Portugal para me dizerem que já tinha bilhete de avião emitido e que podia levar 25 kg numa só mala, depois de magicar como amarraria as malas da moto com uma cinta de reboque de modo a ficar apenas uma, olhei para o lado e vi a solução: o António Nogueira e o Orlando Romana.
"Arrête", gritei eu para o taxista. Saltei do taxi quase em andamento e expliquei por alto o que me tinha acontecido e, sem autorização, enfiei as malas no Pajero do António. Encontramo-nos em São João da Madeira!, disse eu.
Com um sorriso seguimos para Marrakesh onde, num Ibis tão igual a todos os outros, descansei à espera que me fossem buscar para o avião.




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