sábado, 29 de setembro de 2018

29.9.18 - Sharjah

Por motivos profissionais acrescentei mais um país à minha lista de países visitados: Emiratos Árabes Unidos. Estou cá há dias e vou ficar um bom pedaço mais.
Estando num país muçulmano, o fim-de-semana foi sexta e hoje (sábado); sendo que sexta-feira, após apenas dois dias de residência e dois dias de trabalho - sim, coincidem - foi para dormir e fazer lides domésticas e ver o Sherlock Holmes com o Benedict Cumberbatch.
Hoje foi dia de mergulho!
A exemplo do que fiz quando estive com a LOBA em Moçambique, quero aproveitar os fim-de-semana para percorrer o país, conhecer as pessoas, a cultura; fugir à rotina, crescer.
E para mim, mergulhar é conhecer o mar, os peixes, as algas que muitas vezes vão parar à nossa mesa. No mar só os fotografo, não os apanho; isso faço no mercado local ou restaurante.
Depois desta brevíssima introdução, tenho a dizer que ainda era de noite no Dubai quando me levantei para percorrer mais de 200 km, por autoestrada e estradas nacionais, cruzando o deserto e as montanhas, para chegar a Sharjah, do outro lado do país, a norte de Fujairah, perto da fronteira com Omã.
Chegado ao ponto de encontro, uma marina em contrução com um grupo de rapazes novos como guias de mergulho, foi tempo das apresentações e zapar.
A bordo, além dos 4 tripulantes/ master divers, um simpático casal holandês que trabalha no Dubai, para a semana vai a Lisboa conhecer a cidade e planeiam a reformar nas margens de lago Constança, um diplomata peruano com a namorada, dois primos alemães que trabalham com equipamentos hospitalares, no Dubai, uma canadiana para regalo dos locais - imagino se tivessem visto a Linda Evangelista!! - e um Dubaiense, branco de tanto protector solar que colocou.
O primeiro mergulho levou-nos aos 32 metros de profundidade, a um barco afundado. O barco não valia a viagem e a visibilidade também não era grande coisa para "aqueles mares". Mas para quem está habituado a mergulhar com o Roças, na Galiza o ano todo, parecia um aquario e os meus olhinhos treinados para a escuridão conseguiram descobrir muita coisa; mas já lá vamos! Estava muita gente e o guia decidiu afastar-se do cabo e ir "por lá baixo em queda livre". Gostei! Tive a sensação do Daffy Duck a voar no espaço ao som do genérico da Guerra das Estrelas, na imensidão negra.
Lá no fundo havia uma moreia grande, muitos peixe leão e uns cardumes de peixes brancos e amarelos.
No segundo mergulho, a apenas 12 metros e com outras luz, vi duas raias daquelas que não se comem e que apenas vemos nos filmes do Cousteau, duas moreias, lulas do tamanho de uma bola de rugby, uma solha, vários peixe balão, peixe palhaço, marinas, um peixe grande com a cabeça gorda que não sei o nome e muitos peixes papagaio.
Uma autêntica diversão!
Para finalizar o dia, depois do almoço a bordo, o regressso pelo deserto, ao ver as dunas recordei-me das palavras do Valter, em pleno Sahra, a dizer se atacava pela esquerda ou pela direita, a surfar aquela imensidão de areia... ou as rochas, tão iguais às do outro Sahra, no Egipto. Tudo tão igual que ate parece que o arquitecto que desenhou tudo isto foi o mesmo.




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