

Ou quando se sai da cidade, vêm-se as suas casas, nas saídas mais reconditas das autoestradas: são blocos de apartamentos todos iguais onde se vêm milhares de fardas azuis e castanhas a secar nas janelas.
Foi isto que deixamos para trás quando nos dirigimos a Hatta, pelo meio do deserto, no encalce das montanhas rochosas.

Foram mais de 30 Km onde o pequeno Nissan Sunny portou-se como um UMM!
Os pneus é que não e, para um indiano que se encontrava por lá a trabalhar, foi um regalo ver a nossa coordenação ao mudar a roda em menos de 5 minutos.
A pisar a superficie lunar foi assim que nos sentimos... não estivesse ali ao lado uma enorme vedação que acompanha todos os vales e picos, relembrando que a terra é dividida entre os EAU e Omã.

A representação da história do país é um conjunto de casas onde outrora foi uma torre de menagem e onde montaram cenas da vida quotidiana.
A fome aperta e Hatta fica na região montanhosa no meio do país. E lá longe, no mar, fica Kalba.
O caminho mais perto e rápido seria entrar em Omã e depois sair na fronteira de Kalba. Mas não estamos na velha Europa e atravessar a fronteira poderá levar o tempo e a vontade de almoçar.

Aqui não há prédios altos e os Bentleys e G AMG são substituídos por Lexus LS 400 e Mitsubishi Pajero, dourados e com miras no capot a imitar os antigos mercedes.

Parámos o carro e pudemos assistir ao puxar de redes, snedo um pouco diferente da "nossa": um barco lança uma rede de arrasto que forma um U na costa. Depois, da praia, dois velhos Toyotas puxam a rede fechando o U e trazendo tudo o que há para trazer.
Há dias, 107 forgonetas de peixe, disseram-nos. Mas hoje, nem uma...
Na rede vinham duas tartarugas gigantes da sua velhice. Foram devolvidas ao mar e, segundo me contaram depois, porque estavam estrangeiros a fotografar; caso contrário iriam parar a algum souk para serem vendidas a peso de ouro!
Passando pelo mercado, é possivel observar o almoço: dourada, barracuda, espadarte, tubarão (uma espécie de cação), lavagante, cavaco, lulas do tamanho de um bucho de um boi!

Ir do deserto e entrar no Dubai, dá aquela sensação de far west. Se escutarmos o Legendary Tiger Man, então ainda fica mais giro!