Apesar de ser "outono", o calor aperta e no meio da cidade do Dubai, com milhões de ar-condicionados a funcionar, por vezes as ruas tornam-se penosas sob a luz do dia. Mas para conhecer os Emiratos deve-se sair das grandes cidades e mergulhar no interior.
80% da população do Dubai são expatriados e, por isso, toda esta mescla cultural de mais de 200 nacionalidades, destacando-se a Índia e o Paquistão, com 25 e 12% da população total do país. E são pessoas destes países que se vêm às 5 da manhã em autocarros brancos a chegar às obras e aos serviços menores. Não são clean and shining; são autocarros simples, brancos, sujos que transportam gente simples e suja; mas não branca.
Ou quando se sai da cidade, vêm-se as suas casas, nas saídas mais reconditas das autoestradas: são blocos de apartamentos todos iguais onde se vêm milhares de fardas azuis e castanhas a secar nas janelas.
Foi isto que deixamos para trás quando nos dirigimos a Hatta, pelo meio do deserto, no encalce das montanhas rochosas.
Pouco depois de cruzarmos um erg, perto de Al Madam, assaltou-me a ideia de chegar a Hatta por um caminho menos convencional, digamos!: abandonamos a estrada principal e fomos pelo meio de umas plantações até que, depois de uma cáfila, abandonamos o asfalto e entramos na montanha por um caminho de terra batida.
Foram mais de 30 Km onde o pequeno Nissan Sunny portou-se como um UMM!
Os pneus é que não e, para um indiano que se encontrava por lá a trabalhar, foi um regalo ver a nossa coordenação ao mudar a roda em menos de 5 minutos.
A pisar a superficie lunar foi assim que nos sentimos... não estivesse ali ao lado uma enorme vedação que acompanha todos os vales e picos, relembrando que a terra é dividida entre os EAU e Omã.
Com a aventura do dia no papo, a viagem prosseguiu até à vila que acolhe uma barragem e uma parte da representação histórica dos Emiratos: um lago com kayakes para alugar e a imagem dos líderes pintada no muro da barragem que, a avaliar pela altura da água e pela precipitação, irá cair de podre sem nunca ter exercido a sua função.
A representação da história do país é um conjunto de casas onde outrora foi uma torre de menagem e onde montaram cenas da vida quotidiana.
A fome aperta e Hatta fica na região montanhosa no meio do país. E lá longe, no mar, fica Kalba.
O caminho mais perto e rápido seria entrar em Omã e depois sair na fronteira de Kalba. Mas não estamos na velha Europa e atravessar a fronteira poderá levar o tempo e a vontade de almoçar.
Kalba é uma original cidade Emirati, com uma grande bandeira na primeira rotunda e que fica visível de toda a extensão da enorme avenida que acompanha a ria e o palmeiral.
Aqui não há prédios altos e os Bentleys e G AMG são substituídos por Lexus LS 400 e Mitsubishi Pajero, dourados e com miras no capot a imitar os antigos mercedes.
As pessoas vivem da agricultura e da pesca e isso é visível na paisagem e na gastronomia; na estrada marginal são visíveis os pescadores na sua arte xávega.
Parámos o carro e pudemos assistir ao puxar de redes, snedo um pouco diferente da "nossa": um barco lança uma rede de arrasto que forma um U na costa. Depois, da praia, dois velhos Toyotas puxam a rede fechando o U e trazendo tudo o que há para trazer.
Há dias, 107 forgonetas de peixe, disseram-nos. Mas hoje, nem uma...
Na rede vinham duas tartarugas gigantes da sua velhice. Foram devolvidas ao mar e, segundo me contaram depois, porque estavam estrangeiros a fotografar; caso contrário iriam parar a algum souk para serem vendidas a peso de ouro!
Passando pelo mercado, é possivel observar o almoço: dourada, barracuda, espadarte, tubarão (uma espécie de cação), lavagante, cavaco, lulas do tamanho de um bucho de um boi!
Com o pôr do sol do lado do Dubai, foi tempo de cruzar Fujairah - uma cidade que está a crescer e que parece o Dubai de há 20 anos atrás - e entrar na autoestrada que cruza montanhas e deserto, em direcção à cidade nova.
Ir do deserto e entrar no Dubai, dá aquela sensação de far west. Se escutarmos o Legendary Tiger Man, então ainda fica mais giro!
80% da população do Dubai são expatriados e, por isso, toda esta mescla cultural de mais de 200 nacionalidades, destacando-se a Índia e o Paquistão, com 25 e 12% da população total do país. E são pessoas destes países que se vêm às 5 da manhã em autocarros brancos a chegar às obras e aos serviços menores. Não são clean and shining; são autocarros simples, brancos, sujos que transportam gente simples e suja; mas não branca.
Ou quando se sai da cidade, vêm-se as suas casas, nas saídas mais reconditas das autoestradas: são blocos de apartamentos todos iguais onde se vêm milhares de fardas azuis e castanhas a secar nas janelas.
Foi isto que deixamos para trás quando nos dirigimos a Hatta, pelo meio do deserto, no encalce das montanhas rochosas.
Pouco depois de cruzarmos um erg, perto de Al Madam, assaltou-me a ideia de chegar a Hatta por um caminho menos convencional, digamos!: abandonamos a estrada principal e fomos pelo meio de umas plantações até que, depois de uma cáfila, abandonamos o asfalto e entramos na montanha por um caminho de terra batida.
Foram mais de 30 Km onde o pequeno Nissan Sunny portou-se como um UMM!
Os pneus é que não e, para um indiano que se encontrava por lá a trabalhar, foi um regalo ver a nossa coordenação ao mudar a roda em menos de 5 minutos.
A pisar a superficie lunar foi assim que nos sentimos... não estivesse ali ao lado uma enorme vedação que acompanha todos os vales e picos, relembrando que a terra é dividida entre os EAU e Omã.
Com a aventura do dia no papo, a viagem prosseguiu até à vila que acolhe uma barragem e uma parte da representação histórica dos Emiratos: um lago com kayakes para alugar e a imagem dos líderes pintada no muro da barragem que, a avaliar pela altura da água e pela precipitação, irá cair de podre sem nunca ter exercido a sua função.
A representação da história do país é um conjunto de casas onde outrora foi uma torre de menagem e onde montaram cenas da vida quotidiana.
A fome aperta e Hatta fica na região montanhosa no meio do país. E lá longe, no mar, fica Kalba.
O caminho mais perto e rápido seria entrar em Omã e depois sair na fronteira de Kalba. Mas não estamos na velha Europa e atravessar a fronteira poderá levar o tempo e a vontade de almoçar.
Kalba é uma original cidade Emirati, com uma grande bandeira na primeira rotunda e que fica visível de toda a extensão da enorme avenida que acompanha a ria e o palmeiral.
Aqui não há prédios altos e os Bentleys e G AMG são substituídos por Lexus LS 400 e Mitsubishi Pajero, dourados e com miras no capot a imitar os antigos mercedes.
As pessoas vivem da agricultura e da pesca e isso é visível na paisagem e na gastronomia; na estrada marginal são visíveis os pescadores na sua arte xávega.
Parámos o carro e pudemos assistir ao puxar de redes, snedo um pouco diferente da "nossa": um barco lança uma rede de arrasto que forma um U na costa. Depois, da praia, dois velhos Toyotas puxam a rede fechando o U e trazendo tudo o que há para trazer.
Há dias, 107 forgonetas de peixe, disseram-nos. Mas hoje, nem uma...
Na rede vinham duas tartarugas gigantes da sua velhice. Foram devolvidas ao mar e, segundo me contaram depois, porque estavam estrangeiros a fotografar; caso contrário iriam parar a algum souk para serem vendidas a peso de ouro!
Passando pelo mercado, é possivel observar o almoço: dourada, barracuda, espadarte, tubarão (uma espécie de cação), lavagante, cavaco, lulas do tamanho de um bucho de um boi!
Com o pôr do sol do lado do Dubai, foi tempo de cruzar Fujairah - uma cidade que está a crescer e que parece o Dubai de há 20 anos atrás - e entrar na autoestrada que cruza montanhas e deserto, em direcção à cidade nova.
Ir do deserto e entrar no Dubai, dá aquela sensação de far west. Se escutarmos o Legendary Tiger Man, então ainda fica mais giro!
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