Fugindo do fumo de Lisboa cruzei a ponte Vasco da Gama e, ao chegar à outra margem, dezenas de homens debatem-se com a lama para chegar às suas embarcações; a pesca no Tejo, o trabalho dos marnotos do Samouco, a seca do bacalhau, contrasta com a ponte e o pós-moderno Freeport.
Depois da ponte, o caminho é pela lezíria em direcção a Montemor. Pelo meio ficaram Pegões, Vendas Novas e as suas famosissímas bifanas, toiros e cavalos que povoam a paisagem.

Com a moto parada entre tantas outras no Giraldo, cada uma com a sua história para contar, é obrigatório, como Vergílio, percorrer as arcadas, mirar o Central, e prosseguir até ao 1/4 para as 9. Fechado!

Na vila que ficou reconhecida pelo chocalho, ao passar na loja em que comprei o meu, buzinei e levantei a mão em sinal de cumprimento.
De Alcáçovas a Alcácer do Sal foi outro instante entre as longas rectas e curvas feitas a grande velocidade, até que o Sado se abriu em toda a sua plenitude.
Passada a ponte de ferro, a Ponte Velha assente em carlingas e longarinas, o espelho de água do rio, à direita, e as dunas que nos levam à Comporta, à esquerda. Corvos marinhos, garças, juncos.
O sol deita-se sobre a água e o barco espera-nos em Tróia.
Lindo este Portugal sem que o fogo o consuma.
A viagem foi rápida, apesar de demorar o dia todo; fi-la a olhar a paisagem, os montes, os riachos, os animais. Sem grande preocupação com fotografias ou em falar com locais.
Foi algo só para mim.
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