domingo, 4 de fevereiro de 2018

27.1.18 - Granada | Sierra Nevada

Fim de Janeiro e Madrid está um gelo, assim como o resto de Espanha. e a grande vantagem de estar a trabalhar por uma temporada em Madrid é que estou no epicentro das estradas que me levam às melhores estâncias da Península.
Pirinéus ou Sierra Nevada?
Para norte, a neve costuma ser melhor mas os hotéis já estavam cheios ou a preços proibitivos.
Para sul, a incerteza da neve, devido ao vento, com a estância a ter estado encerrada até quarta-feira.
Arriscamos - o Negrais foi comigo - e sexta ao final do dia, com o pôr do sol a acompanhar-nos em grande parte da viagem, rumamos a Granada.
Porquê Granada e não a estância?
Porque era por apenas um dia, porque é mais barato, porque há mais animação, porque há a Allambra e o Casco Viejo, porque Espanha, quando neva, se assemelha mais a Portugal do que aos países da Europa Central e éramos bem capazes de ficarmos presos no topo da montanha por não se conseguir circular.
Assim, um hotel simpático perto do centro serviu de base ao fim-de-semana pelo sul de Espanha.
Às 8 da manhã, todo equipado, subi a Sierra Nevada, por uma estrada que gelava a cada quilómetro e onde o nevoeiro se adensava.
E ao sair do parque de estacionamento coberto da estância, o frio e o vento eram tantos que, mesmo antes de ir comprar o forfait, já estava enfiado num café a tomar um chocolate quente.
As maquinas dos forfaits apresentavam filas enormes, mais pela demora do sistema do que propriamente pela quantidade de pessoas que se encontravam prontas a esquiar na fria manhã de sábado.
Ao subir no teleski, por entre o nevoeiro, comecei a rever o meu ranking de estâncias excelentes quando não se vê um palmo à frente dos olhos: Lech e Davos estão no topo das preferências. Será que tenho que somar Sierra Nevada?!
No topo do teleski, uma fronteira e um país novo: o sol raiava por cima das núvens e, não sendo forte o suficiente para aquecer o corpo, a sua luz aquecia a alma!
Duas descidas a tomar o pulso para, logo a seguir, descer a pista negra ao lado da antena.
Estava dado o mote: a partir daí foi a fundo!
A neve estava dura, com o frio da noite a gelar a cama da superficial e as primeiras descidas foram a arriscar. Mas depois, tudo parecia fácil, a grande velocidade, serpenteando os outros esquiadores,  saltando nas encostas. Parecia um miúdo no parque infantil!
Quando subi no saca-rabos e depois apanhei a encosta mediterrânea parei:  tirei o capacete e os óculos e fiquei a olhar o mar ao fundo.
Aqui a alma aqueceu; muito: Marrocos ao fundo e o sonho de tantas viagens de tantas estórias. Sorria, cantava, estava feliz.
Desde 2015 que não me divertia tanto na neve.
Uma cerveja geladinha baixou os níveis de adrenalina e, na falta de tremoços, uma sopa ajudou a compor a coisa.
Depois de almoço, já com a estência cheia de gente e com a visibilidade a diminuir devido aos flocos que caíam indeterminadamente do céu, decidi ir embora. Fiquei com as melhores recordações na memória.
Os 30 e poucos quilómetros que separam a estância de Granada foram feitos ainda com a adrenalina do ski, acompanhados pela Rock FM e pelo Chris Isaak. Yeahhh!!!!
Em Granada, o centro histórico - com a bandeira portuguesa, juntamente com a espanhola e a da andaluzia, no topo da Allambra - as taparias, com muitas canãs, viño e genebra fizeram o dia  terminar em grande.
Deseja um fim-de-semana assim?! Na Agência Paraíso tratam de tudo, aproveite!




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