Começou a aventura!
Finalmente saíumos das auto-estradas e começamos a ver o reino encantado de Marrocos.
saímos de Marrakesh pela manhã, depois das forças estarem retemperadas e rumamos a este, para atacarmos o Atlas e o Sahara pelo sul. O plano era fazer o máximo de quilómetros possível e ir até Agdz ou Zagora.
Após poucos quilómetros, antes da subida para Tizi n`Tichka, o primeiro contratempo: a tampa que faz a afinação da corrente da minha moto saltou fora e a corrente começou a ficar laça. Por sorte, tudo se passou em frente a um serralheiro que, tal qual a Ferrari na F1, tratou de fazer uma peça em 5 minutos e afinamos a corrente.
Que bem que ficavam as nossas motos brilhantes no meio das mobiletes que pairavam na oficina.
3 euros para o trabalho do homem e ainda deu para a gorjeta!
Por entre vales e montanhas, florestas lindíssimas com nomes como Iggerouka, Tagargoust, Toufligt, fomo-nos cruzando por várias motos, de vários tipos e feitios.
Numa BMW, uma simpático casal australiano, que fomos encontrar lá no alto de Tizi n`Tichka, a 2.000 metros de altitude, com quem estivemos em amena cavaqueira.
Depois de fotos e conversas, continuamos por uns quilómetros na N9 até tomarmos um caminho de cabras - e burros, literalmente - fugindo ainda mais à civilização.
Na beira da estrada, um estalajadeiro de uma casa pequena recebeu-nos simpaticamente e comemos uma tajine de kaka que estava divinal.
Depois do demorado almoço, prosseguimos viagem por paisagens áridas, aldeias perdidas no tempo, caras estranhas à nossa passagem.
Chegamos a Ourzazate às cinco da tarde e as opções eram várias: prosseguir viagem por mais uma ou duas horas, ficar no centro da vila ou ir até ao Oásis de Fint ver se poderíamos dormir lá. Optamos pela última.
No caminho, um estradão de terra e pedra, o Diogo viu o suporte da máquina de filmar partir e desaparecer da nossa vista.
No Óasis, um verdadeiro oásis de palmeiras e charcos de água com rãs, onde tiramos fotos das motos a atravessar a água e com uns miúdos que jogavam à bola com outros turistas.
Um dos miúdos deu-me um camelo feito de folhas de palmeira e saltou para cima da moto.
A noite punha-se e não havia lugar onde ficar, excepto numa garagem ou numas tendas isoladas, sem luz e cheias de melgas.
Optamos por voltar a Ourzazate.
Pela pista, à noite, alguém com 15 anos, mais coisa menos coisa, de bicicleta, um local, pediu para parar. Queria água, estava exausto. Não tinha nenhuma garrafa e tirei a que estava na moto do Fernando. Chorei ao imaginar o que custa viver.
Na cidade o destino era o Ibis... Mas o hotel ao lado custava metade e fomos para lá.
Num jantar tardio de tajines e cucus, o restaurante serviu-nos cerveja geladinha. Resultado: 30 euros de comida e 38 euros de cerveja. Nada mau para um país muçulmano!
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