Depois dos 30 retirei o Algarve do mapa de férias mas, qual
ironia do destino, corridas no Autódromo de Portimão e apresentações automóveis
em Vilamoura, fazem-me vir todos os anos ao sul, na época estival.
Este ano não foi diferente e estou há dias na Marina de Vilamoura a apresentar a gama EQ da Mercedes. Sustentabilidade é o valor que se pode beber destes belíssimos automóveis que fazem lembrar os Jetsons ou o AI, dada a tecnologia, e a forma holística como mobilidade e respeito pelo meio ambiente encaixam na perfeição.
O dia tem 24 horas e, no Algarve, parece que há a capacidade
de o esticar um pouco.
Assim, além das 8 horas de trabalho ainda tive tempo para
fazer algumas das coisas que mais gosto: mergulhar e cozinhar!
Curioso da flora e fauna marítima algarvia, que nos coloca
no prato peixe e marisco fabuloso, marquei 6 mergulhos com a Easy Divers, que tem
base em Albufeira. Há anos mergulhei no Revival, mas desta vez queria
experimentar mergulhos pouco profundos e nos recifes naturais.
Encontrei na equipa gente muito competente e boa, como é
apanágio dos mergulhadores: conhecedores da técnica do mergulho, com respeito
pela natureza e, sobretudo, com espírito de interajuda. E foi bem precisa!
No primeiro dia de mergulho, dois spots ao largo de Armação
de Pêra – o maior recife natural português: Caneca e Cravo de Fora.
Em Caneca, uma parede cheia de gavetas abrigava santolas,
robalos, douradas e imensos nudis para, em Cravo de Fora, encontrar uma grande
quantidade de rascasso e peixe escorpião, fazendo parecer que as pedras se
moviam ao sabor da corrente. A Teresa, buddy nestes dois mergulhos e uma
experiente fotógrafa subaquática, captou em caranguejo ermita. Lindo!
Nos segundo e terceiro dias de mergulho, 4 spots que estão
unidos pela natureza, ao largo de Santa Eulália: um recife que se estende mar
adentro e que possibilita vários locais para mergulhar. Santa 1, Santa 2, Pedra
do Alto e Alto 3 foram os locais onde tive experiências memoráveis!
Muitas moreia e congros, polvos, nudis, navalheiras,
santolas, raias, robalos, douradas e peixe porco que, pela sua curiosidade e
alguma loucura, se comporta como um tubarão a defender o seu território.
A água estava a 20 graus e com uma visibilidade de 15 metros.
Ufa! O meu querido fato, que me acompanhou em centenas de jornadas, decidiu
ganhar vida própria, deixando a água entrar. Ainda bem que anos a fio a
mergulhar na Galiza em pleno inverno me fizeram ganhar resistência ao frio para
continuar a disfrutar, tal como no primeiro dia que entrei na água, da natureza
no seu esplendor.
Prova disso foram as minhas idas ao mercado de Albufeira,
onde encontrei tudo aquilo que vi debaixo de água. É sinal que há lugar para
todos, se todos pensarem na actividade de cada um.
Da banca trouxe ostras, ameijoas, ovas de choco. Tentei reproduzir
o que os peixeiros me ensinaram, para manter viva a cultura algarvia, a
tradição portuguesa.
O caminho é a sustentabilidade. É ter emoções fortes, com a
capacidade de respeitar o próximo.
Obrigado Raúl e Wilson, meus guias de mergulho. Um abraço à
Teresa, à Ana e ao Filipe, meus buddys.
Quando tiver um fato novo, volto ao mar. E espero que seja
em breve!