sábado, 6 de agosto de 2022

31.07 | 5.08 - Albufeira

Vir no verão ao Algarve, para passar férias, foi um ritual que mantive dos 5 meses até aos 30 anos. Eram dias seguidos em Cavalo Preto, Garrão, Ancão, Falésia, onde o tempo corria ao sabor das brincadeiras de criança e paixões e devaneios de adolescente.

Depois dos 30 retirei o Algarve do mapa de férias mas, qual ironia do destino, corridas no Autódromo de Portimão e apresentações automóveis em Vilamoura, fazem-me vir todos os anos ao sul, na época estival.


Este ano não foi diferente e estou há dias na Marina de Vilamoura a apresentar a gama EQ da Mercedes. Sustentabilidade é o valor que se pode beber destes belíssimos automóveis que fazem lembrar os Jetsons ou o AI, dada a tecnologia, e a forma holística como mobilidade e respeito pelo meio ambiente encaixam na perfeição.

O dia tem 24 horas e, no Algarve, parece que há a capacidade de o esticar um pouco.

Assim, além das 8 horas de trabalho ainda tive tempo para fazer algumas das coisas que mais gosto: mergulhar e cozinhar!

Curioso da flora e fauna marítima algarvia, que nos coloca no prato peixe e marisco fabuloso, marquei 6 mergulhos com a Easy Divers, que tem base em Albufeira. Há anos mergulhei no Revival, mas desta vez queria experimentar mergulhos pouco profundos e nos recifes naturais.

Encontrei na equipa gente muito competente e boa, como é apanágio dos mergulhadores: conhecedores da técnica do mergulho, com respeito pela natureza e, sobretudo, com espírito de interajuda. E foi bem precisa!

No primeiro dia de mergulho, dois spots ao largo de Armação de Pêra – o maior recife natural português: Caneca e Cravo de Fora.

Em Caneca, uma parede cheia de gavetas abrigava santolas, robalos, douradas e imensos nudis para, em Cravo de Fora, encontrar uma grande quantidade de rascasso e peixe escorpião, fazendo parecer que as pedras se moviam ao sabor da corrente. A Teresa, buddy nestes dois mergulhos e uma experiente fotógrafa subaquática, captou em caranguejo ermita. Lindo!

Nos segundo e terceiro dias de mergulho, 4 spots que estão unidos pela natureza, ao largo de Santa Eulália: um recife que se estende mar adentro e que possibilita vários locais para mergulhar. Santa 1, Santa 2, Pedra do Alto e Alto 3 foram os locais onde tive experiências memoráveis!

Muitas moreia e congros, polvos, nudis, navalheiras, santolas, raias, robalos, douradas e peixe porco que, pela sua curiosidade e alguma loucura, se comporta como um tubarão a defender o seu território.

A água estava a 20 graus e com uma visibilidade de 15 metros. Ufa! O meu querido fato, que me acompanhou em centenas de jornadas, decidiu ganhar vida própria, deixando a água entrar. Ainda bem que anos a fio a mergulhar na Galiza em pleno inverno me fizeram ganhar resistência ao frio para continuar a disfrutar, tal como no primeiro dia que entrei na água, da natureza no seu esplendor.

O Algarve, nesta altura do ano, está apinhado de turistas, de pessoas que vão para as praias, andam de moto de água, gaivotas, parapente; os locais têm milhares de anos ligados à pesca. Estes mundos tão dispersos e tão próximos convivem salutarmente.

Prova disso foram as minhas idas ao mercado de Albufeira, onde encontrei tudo aquilo que vi debaixo de água. É sinal que há lugar para todos, se todos pensarem na actividade de cada um.

Da banca trouxe ostras, ameijoas, ovas de choco. Tentei reproduzir o que os peixeiros me ensinaram, para manter viva a cultura algarvia, a tradição portuguesa.

O caminho é a sustentabilidade. É ter emoções fortes, com a capacidade de respeitar o próximo.

Obrigado Raúl e Wilson, meus guias de mergulho. Um abraço à Teresa, à Ana e ao Filipe, meus buddys.

Quando tiver um fato novo, volto ao mar. E espero que seja em breve!

sexta-feira, 24 de junho de 2022

24.6.22 - Alcañiz | Calanda | Aguaviva | La Ginebrosa | Alcañiz

Este fim-de-semana tenho corrida em Alcañiz, no espectacular circuito apelidado de Motorland.

De facto, Alcañiz, é uma cidade, vila, que vive intensamente o desporto motorizado, desde que há desporto motorizado e, por isso, o Governo Espanhol decidiu construir neste local inóspito, um circuito de velocidade com todas as valências que possam imaginar.



No caminho para o circuito - partindo de Barcelona -, mal abandonei a auto-estrada, fui abençoado por um pôr-do-sol lindíssimo que dava novas formas às montanhas que escondem pequenos povoados dentro de si. Para aumentar o desejo, são inúmeras as placas que indicam “carretera motera”.

Pois bem! Há muito que não faço uma roadtrip mas hoje, depois de ter finalizado os primeiros procedimentos regulamentares e aproveitando a pausa de almoço, peguei no carro e fui à descoberta da região do Bajo Arágon.

Para minha sorte, logo a seguir ao circuito, há uma barragem de águas límpidas que foi um pequeno aperitivo para o que aí vinha! O que veio logo a seguir foi uma estrada em terra batida, em bom estado, que deu um gozo enorme percorrer e que me levou a Las Saladas; ou seja, a um salar, um sitio onde se recolhe sal de montanha e que nos faz lembrar que apesar de estarmos no alto e a 120 km da costa, o mar já andou por aqui.   

Descendo no mapa, ou seja, para sul, mas subindo na altitude, fui até Calanda e a sua barragem que enforma o Rio Gualadupe, dando uma cor azul clara a todo aquele espaço, que emboca nas florestas de pinheiro manso.

Daí desce para Mas de Las Matas e, num salto, para Aguaviva.

Em Aguaviva é que dei literalmente um salto: procurava uma ponte romana, ou quiçá antiga, ou que lhe quiseram dar esse aspecto mas, debaixo dela, o Rio Bergantes, translucido, com pequenos peixes convidou-me a mergulhar. Foi o melhor do dia!

Não vim aqui para passear e o tempo passava.
Por isso, seguindo setas amarelas de Santiago, rumei a norte por La Ginebrosa, até à terra do motor.  E juro que honrei a maravilhosa tecnologia mecânica do mundo moderno chamada de motor, caixa de velocidades, suspensão e travões.