domingo, 28 de junho de 2015

27.6.15 - Ilhas Cíes

Como todos sabem, encarei o ano de 2015 como um ano de aventura: a estreia em competição motociclista, a snowtrip pela Suiça, Áustria e Espanha, a viagem de moto que me levou de Hamburgo  Helsingborg ou a viagem de carro desde Memmingen a Budapeste, passando por Lubdjana, Bratislava, Viena, Salzburgo e Munique; ou  viagem que aí vem, até Singapura e Austrália.
Quando a viagem à Austrália ficou definitivamente agendada, Cairns era ponto de passagem obrigatório e, por isso, tinha que ter prática de mergulho.
Imagens de Jacques Cousteau e Emile Gagnan ou Bill Murray e Seu Jorge, caricaturando a vida do francês,  vieram-me desde logo à cabeça. Ou James Bond, de fato seco, para poder mergulhar de smoking; ou, muito melhor, Halle Berry, Jessica Alba, Ursula Andress ou Carole Bouquet. 
Assim, sob o comando do Mestre Roças e do resto da malta do CCD Porto, andei a exercitar-me pela piscina da Senhora da Hora até que, finalmente, fui para o mar.
O local para o primeiro mergulho foram as Ilhas Cies, uma reserva em frente a Vigo, conhecido como as Caraíbas.
A uma hora e pouco do Porto, juntando-lhe 15 minutos de barco, encontrei o paraíso onde me lancei ao mar pela primeira vez, com uma garrafa às costas.    
Depois da tensão inicial e o facto de não conseguir compensar os ouvidos com a velocidade e destreza que eu gostava, abriu-se o paraíso. Que maravilha!
Fiz dois mergulhos com água límpida, translucida, visibilidade total. Vi polvos, chocos, taínhas, estrelas do mar, douradas, peixes pequeninos e outros a rondar os 4 quilos. Que bonito! Tanta vida, tanta cor transmitida pelos peixes, algas e conchas. 
A dada altura ajoelhei-me no fundo do mar a olhar para cima. Sossegado, imobilizado, iluminado pelos raios solares, vi o que pareci ser uma corrida de sargos, tal era a velocidade a que passavam por cima de mim. Parecia que tinha mergulhado num aquário.
De sorriso na cara regressei a Vigo, na popa do barco. Ainda sorrio ao pensar na experiência.
Obrigado Roças, Sandra, Sara,  Paulo, Rui, Martinha, Carlos, Luis por serem  os meus companheiros de mergulho nesta primeira experiência. 
Sandra, sem  ti não havia fotos para o blog;  um obrigado muito especial e espero contar contigo na Berlenga.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Pelo Império Áustro-hungaro

Começo esta crónica com um pedido de desculpas: na passada quinta-feira, acabei a enviesada crónica do dia, escrita na escadaria da sala de embarque do aeroporto de Memmingen com a promessa que faria um apanhado geral da viagem na sexta.Não cumpri a promessa, não houve tempo e não houve cabeça.
Desde sexta que entrei no ritmo normal de trabalho de quem esteve uma semana fora do escritório. Na Loba, ainda por cima com uma nova secretária, a pilha de reuniões com clientes, mails e projectos a analisar eram mais que muitos.
Não houve cabeça porque sempre que venho de viagem, especialmente de países da Europa Central, fico com uma ressaca descomunal. Eu amo Portugal e ser português, mas contactar com pessoas - classe média - que vivem bem, não de forma faustosa, que encaram o futuro com esperança, faz-me pensar em tudo o que sofremos nos últimos anos. Quando viajo pelo meio de florestas e vejo negócios nessas florestas como o turismo, o mel, os frutos silvestres e penso que no nosso país as florestas servem para plantar eucaliptos, esquecendo-se o tradicional montado, o pinheiro manso, o carvalho, o castanheiro, etc., fico triste.  
Viajar pelo chamada primeiro-mundo, como me aconteceu nesta viagem - Alemanha e Áustria - e noutras anteriores - Suiça, Dinamarca ou Suécia, citando alguns exemplos mais recentes - ajuda a perceber o que é estratégia, planeamento de território e, sobretudo, política; no seu termo mais real e puro.
Não se destroem montanhas para se passar uma auto-estrada, especialmente se ninguém for passar nela. Não se vêem ventoinhas eólicas em paisagens únicas e de património mundial. Não se constrói em cima dos lagos e as cidades pequenas não têm prédios de 10 andares ao lado de casas térreas. OS produtos locais são vendidos em feiras e mercados, sem controlo de uma polícia económica, promovendo a sustentabilização agrícola e uma melhor remuneração dos produtores. Ect., etc.. Não se vêm uma série de erros que por cá proliferam.       
Contudo bem sei que Portugal, ao contrário dos séculos XV e XIX, sofreu um grande atraso civilizacional no século XX. Foi uma longa ditadura e um novo-riquismo atroz. Mas se olharmos os bons exemplos de lá de fora, ainda podemos recuperar.   
Deixando a ressaca de lado e voltando à viagem, começo por contar o porquê de, em vez de uma moto, fui de carro. A moto que tinha alugado, afinal, não estava disponível e para uma igual mas noutra estação pediram-me o dobro do dinheiro. O orçamento não estica mas precisava de realizar a viagem em grande estilo. Com um carro podia "ganhar" um dia de viagem e, com isso, ver mais uma cidade.
Assim, nada melhor que alugar um descapotável. Um TT giríssimo que com os autocolantes que lhes coloquei - especialmente o coração da Chel e do Drew - ficou a matar. Andei uma semana de capota aberta, independentemente se estava frio ou calor, sol ou chuva. Sempre em alto estilo e a bronzear.
Mas atenção, começou aqui um dos problemas da viagem e, por isso, aconselho uma coisa: aluguem sempre um carro a uma companhia internacional e vejam bem as condições de aluguer. Aqui não digo, fica para as palestras, mas andei uns dias como fora-da-lei!
O percurso da viagem oscilou entre natureza e cidades com história. Os Alpes, o Tirol, os lagos austríacos ou o húngaro Balaton.
Cidades-estado como foram Salzburgo, a bela Ljubljana, Buda e Peste, Viena ou a cosmopolita Munique ficarão para sempre na minha memória até ao dia de regressar.
Como sabem viajo muitas vezes sozinho e desta vez não foi excepção. É óptimo para conhecer pessoas, como o Bilal, mas a solidão pode afectar-nos; e desta vez afectou.
Nas palestras que dou sobre motivação, muitas vezes digo que não posso estar a meio de uma viagem e pensar: "quero ir embora". Desta vez aconteceu. Sofri e queria ir embora. Sofri e não sabia o que fazer.
Com monólogos e uma conta gigante de telefone para Espanha e Suiça, lá consegui prosseguir. Refugiei-me no melhor de mim, no objectivo da viagem e não pensei em mais nada. Foquei-me e cumpri com o plano.
A minha cabeça ainda está lá; mas já tenho novos objectivos, novos projectos.
Dentro de um mês vou para a Austrália mas, até lá, vão surgir novidades.
Como dados da viagem ficam mais de 2.100 km percorridos, 7 dias de viagem, 246 km/h de velocidade máxima com a capota do carro aberta, 257 km/h com a capota fechada. Hostels, comida local e muita cerveja. 
Auf Wiedersehen.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

18.6.15 - Munique

Chegou ao fim esta aventura, e que aventura!
Mas antes de fazer um apanhado geral, vou contar a noite de ontem e o dia de hoje, em Munique.
No hostel fiquei num quarto com a Laura - argentina -, o Bilal - canadiano de origem paquistanesa - e o Ben, norte-americano. Todos muito faladores, com a Laura em castelhano e com os outros em inglês.
Fui jantar com o Bilal à Marianplatz e estivemos a falar de viagens. O Bilal tem 19 anos e vai trabalhar um mês na Eslovénia. Aproveita as férias para conhecer novas culturas e países, enquanto os amigos continuam no Canadá.
Depois disso voltamos ao bar do hostel para uma prova contínua de Augustina e Franciscana. Aí conheci uns ingleses doidos por Fórmula 1 e fãs do Tiago Monteiro. Conheci, igualmente, um casal sueco e duas americanas. Tudo a falar de viagens, de experiências, recomendando sítios uns aos outros.
Hoje de manhã, como qualquer alemão, comprei o bilhete do metro e andei pela cidade. Podia não o ter feito, visto não haver torniquetes para passar nem  revisores. Da mesma forma, no Museu da BMW, paguei o bilhete e não havia uma porta. Quem quisesse podia entrar.
As estações de metro são muito bonitas, parecendo autênticas instalações de arte; especialmente Müncher Freiheit.
Saí na Universidade e caminhei até Giselestrasse, onde pude ver o Arco de porta de entrada na cidade e, mais à frente, a estátua do WalkingMan.
O Museu da BMW, actualmente, não é bem um museu automóvel. É uma obra de arquitectura vocacionada para o cliente, ou potencial cliente, da marca, contando-lhe uma história de engenharia, design e tecnologia. Antes de entrarmos no Museu somos quase convidados a ir ao espaço BMW onde se encontram todos os produtos do grupo: desde a mais pequena bicicleta com rodinhas para crianças, até ao mais aristocrático Rolls Royce, passando pela família M ou os bonitos modelos de duas rodas. Sem esquecer a Mini e todo o merchandising que lá existe, convidando o fã da marca a utilizá-la nas mais diversas ocasiões: desde a garrafa de água, passando pelas sapatilhas Puma para o jogging, capas para smartphones, malas de viagem, brinquedos, vestuário, etc etc.    
No museu vi carros e motos lindíssimos. Infelizmente não vi nenhum Art Car de competição. Felizmente, e com enorme orgulho, o M3 GTR vencedor das 24 horas de Nurburgring estava exposto, com a bandeira de Portugal e o nome Lamy como primeiro piloto.
Regressei o centro da cidade para subir a uma torre e, ao meio-dia em ponto, ouvir os sinos de Marianplatz.
A despedida de Munique, antes de voltar a pegar no TT, foram umas cervejas e um sandes de joelho de porco com torresmos no mercado.
Neste momento estou no aeroporto de Memmingen e estou prestes a embarcar. Que tal o apanhado da viagem ficar para amanhã? Combinado?!

quarta-feira, 17 de junho de 2015

17.6.15 - Salzburgo | Innsbruck | Munique

Hoje acordei de madrugada, sinal que me ando a adaptar aos horários da Europa Central e à exposição ao sol. Ainda bem, aproveito melhor o dia.
Salzburgo estava cinzento mas nem por isso deixei de abrir a capota mal cheguei a carro. O percurso ia ser "para desfrutar" e, nada melhor que fazê-lo tendo o céu como tecto.
Fui de Salzburgo a Innsbruck e, depois, para Munique, sem calcar autoestrada.Que regalo.
Montanhas, vales, lagos, picos com neve; vacas, ovelhas, cavalos; apesar do ronco do TT, consegui ouvir o chilrear dos pássaros, além de ver asas de grande envergadura a sobrevoar o céu. Que maravilha!
Ao passear pelos Alpes não custa imaginar de onde vêm todas as lendas fantásticas com Broomhilda, Hansel e Gretel, ou onde Strauss se foi inspirar para compor o Danúbio Azul ou Vozes da Primavera.
Chegado a Innsbruck, a ideia era ver a cidade. Contudo, quando vi a pista de saltos de ski, não resisti em ir até lá. Surpreendeu-me o espaço, na TV parece muito maior e mais largo. Tive a sorte de estarem atletas a treinar e pude ver de perto, pela primeira vez, o voo dos morcegos. Depois subi ao terraço do restaurante do complexo e tive uma panorâmica dos Alpes. Lindo!
A estrada que segui depois de Innsbruck em direcção a Munique é de sonho. Pelas curvinhas e por ser praticamente feita ao lado de um lago de água verde clara.
Com tamanha paisagem, parei no restaurante Panorama e estive a meditar sobre a água. Penso que me serviram um panado e a cerveja era boa. Mas isso foi o menos importante.
Nesta estrada cruzei-me com centenas de motos, de todo a espécie e feitio, com todas as matrículas possíveis. Como me sinto motard - apesar de estar em 4 rodas - cumprimentei-os a todos como o pessoal das motos faz.
Munique está caótica, com obras em todas as principais artérias. Apesar disso, a cidade impõe-se. Igrejas enormes, assim como os principais edifícios, mostrando o poderio do Império.
A cidade é multicultural, sendo poucos os alemães que encontrei na rua, em comparação com os turistas e emigrantes.
Por falar em emigrantes, vi uma manifestação minúscula, em que um orador dizia que o estado Islâmico era idêntico ao Nacional Socialismo. Do outro lado lado da manifestação, atrás da polícia de choque, um grupo de jovens com aspecto árabe tentavam fazer mais barulho que o orador.No total, penso que seriam mais polícias que manifestantes, pós e contra.
Depois de passear pelos jardins à beira rio fui ao mercado, beber um cerveja.
Amanhã, antes de ir para casa, vou ao museu da BMW.

terça-feira, 16 de junho de 2015

16.6.15 - Viena | Hallstatt | Salzburgo

Viena acordou fria e a ameaçar chuva. Por causa disso não abri a capota do carro e fui em direcção a Salzburgo, via Hallstatt, na região de Salzkammergut.
Foi a primeira vez que viajei com a capota do carro fechada e a sensação de conforto é enorme dada a boa insonorização. Tão boa que, também pela primeira vez, tive que ligar o rádio para não adormecer.
Quando saí da auto-estrada e, mesmo com nevoeiro e aquela morrinha chata, comecei a ver o que me esperava, decidi abrir a capota e deixar os Alpes entrarem no carro. Literalmente! O meu amigo André Prata tinha-me dito que esta região era uma pérola por descobrir no centro da Europa. Não imaginava que fosse tão bonita.
Floresta virgem que desce abruptamente até ao lago Traunsee, com uns veleiros e um comboio a passar mesmo junto à água; parecendo um cenário de conto de fadas.
Chegado a Hallstatt - uma pequena aldeia muito típica noutro lago –, com casinhas coloridas e uma igreja em cima da água e outra ao lado de uma cascata, fiquei embasbacado. Tão lindo! Ali percebi melhor o porquê de uma amiga, médica, andar a estudar alemão para poder ir trabalhar para o Tirol do Sul. Deve ser fantástico poder viver e trabalhar num ambiente que inspira tanta paz. Então no inverno, com a neve, deve ser de cortar a respiração.
Em Hallstatt, pelo segundo dia consecutivo, fiquei todo encharcado e o regresso já foi feito com a capota fechada.
No carrocel de curvas que se seguiu, com a estrada molhada, tirei partido do Quattro. Que maravilha, que diversão, pura adrenalina. Aquela sensação tão boa de entrar nas curvas com o carro a escorregar e, quando acelero, ele vai para onde apontei, com a traseira um pouquinho solta. Lá se foi o orçamento para gasolina… mas se não fosse para isto, mais valia ter alugado um Dacia.
Depois de tanta emoção, cheguei a Salzburgo. O meu hotel é do lado novo da cidade e, por isso, fui a pé, atravessei uma das pontes e comecei a ver a cidade de baixo para cima.
Na zona comercial, apinhada de asiáticos que se passeiam de máquina fotográfica e tudo quanto é sacos da Vuitton, Hérmes, Gucci, Prada, Chanel e outras coisas do género, entrei na Red Bull World. Entre todo o merchandising possível e imaginário, o Red Bull RB 7 de… Vettel. Aqui homenageiam-se os desportistas que honraram a equipa e que trouxeram títulos, mesmo quando vão para a equipa adversária; mentalidade desportista.
Depois vi a catedral, e a cripta. Salzburgo foi feita a régua e esquadro, sob a luz do sol e da lua. Por aqui tocou Mozart e era passeio obrigatório dos Imperadores e do Bispado Europeu. Que segredos terá esta cidade escondidos nas suas pedras, tornando-a tão importante ao longo dos séculos?!
Depois foi tempo de subir ao castelo. No funicular pediam 11 euros pela viagem. Ora, eu não ando no Ginásio do Rainha a puxar pelo físico para, quando tiver que escalar uma parede, ter que pagar 11 euros! Foi a pé, subi as escadinhas todas até lá cima; confesso que no final do primeiro lanço já estava arrependido de não ter pago os 11 euros mas não ia dar parte de fraco.
Chegado lá cima, ganhei um prémio: tive o direito a pagar 8 euros para entrar no castelo. Roguei-lhes uma praga!
No castelo, além da vista magnífica, fiquei a conhecer um pouco a história e a importância de Salzburgo ao longo dos séculos. Retive uma data curiosa: 1495. Nesta altura o castelo ainda só tinha sofrido três aumentos, tendo outros tantos depois desta data. Tudo para defender o monte, numa perspectiva meramente bélica.
Pensei que, nessa mesma altura, em Portugal, apenas se pensava em construir barcos e formar marinheiros, com base na ciência, para irem descobrir o mundo e oferecê-lo à Europa. Salve Agostinho da Silva.    




segunda-feira, 15 de junho de 2015

15.6.15 - Bratislava | Viena

Bratislava fervilhava em tudo, especialmente no calor. Mesmo estando no quinto andar do hostel, o barulho e as altas temperaturas conseguiram-me tirar da cama às sete da manhã.
Ontem deitei-me tarde porque o concerto de Jazz era um festival e durou bastante tempo. Ainda bem, foi óptimo!
Arranjei-me vagarosamente e saí rumo a Viena. Poucos quilómetros e, por isso, a ideia era ir devagar.
Se assim pensei, melhor o fiz: com o tempo mudar radicalmente em poucos quilómetros, o sol e a temperatura elevada deu lugar a um céu cinzento e uns pouco convidativos 20ºC. Continuei com a capota aberta mas liguei o aquecimento do banco do TT e rolei a baixa velocidade para não provocar muita deslocação de ar.
Segui por uma estrada secundária, ao lado do Danúbio, passando pelo Parque Nacional de Donau-Auen, os seus campos de centeio e os castelos. Tive uma visão do countryside austríaco ou uma visão romântica ao estilo Steve Mcqueen ao chegar a Le Mans, na primeira cena do filme.
Viena estava cinzenta e percorri a cidade debaixo de uma forte chuva. De calções e com um corta-vento, fiquei que nem um pinto, como se diz na minha terra.
A cidade é lindíssima, com enormes edifícios quer da época gótica quer dos anos dourados do Imperio Austro-húngaro.  Ópera, a Catedral, e os edifícios do Parlamento dão o ar austero que se espera da Áustria. A zona do Museumquartier traz a Viena todo o modernismo que se espera de uma grande capital europeia.
Almocei no mercado, num restaurante – como tantos outros – no meio dos vendedores dos mais variados produtos. A moda é sushi, que eu gosto bastante; mas o mar de Viena não me inspirou confiança e, por isso, comi Cordon Bleu a acompanhar umas cervejas.
Turistas de todas as nações passeiam pela rua, num aglomerado extremamente interessante e multicultural.
Reflexo disso mesmo é o hostel onde estou instalado: pessoas de todos os lados, num sítio acolhedor e central, com um happy hour bastante concorrido. Hurrey!




domingo, 14 de junho de 2015

14.6.15 - Budapeste | Bratislava

Budapeste by night... ou o melhor que o leste tem para oferecer, com o verdadeiro cicerone. O Teixeira sempre foi o homem certo para sair à noite e os anos na Hungria apenas vieram melhorar essa qualidade. Pulseira VIP e aqui vamos nós!
Budapeste tem uma oferta extraordinária, que tanto pode ir do simples copo, até à mais wild party com limousine e modelos capazes de fazerem ocultar as meninas da mansão de Hefner.
Depois de ter jantado no simpático restaurante debaixo do hostel - do pior que há, nada comparado aos que tenho estado! -,  seguimos  pé para um bar no centro da cidade.
Os grandes hits do disco club de há uns anos e um ambiente ao estilo Fashion TV,  foi o que encontramos. Daí, fomos para os dos mais recentes e afamados clubes de Budapeste, o Rio Club, em cima do Danúbio.
DJ`s internacionais, mulheres lindíssimas e uma noite muito divertida. Se eu disser a hora a que acabou, dirão que foi cedo. Andando ao ritmo que ando durante o dia, há quem se questione como é que eu descanso.
De manhã ainda fui passear nas margens do Danúbio, apreciando o as pontes, o castelo e os palácios. No passeio senti-me orgulhoso de ver os cartazes a anunciar a Maria João Pires, como a grande pianista. Depois... segui o Danúbio até Bratislava.
(A fronteira da Hungria com a Eslováquia vai ficar para sempre na minha memória. Não é pelo significado histórico da fronteira nem pela peculiaridade da mesma. Nem me lembro como é a fronteira, para dizer a verdade.
Cruzar a fronteira da Hungria com a Eslováquia vai ficar para sempre na minha memória porque vi uma coisa que me deixou com a garganta seca, sem ar nos pulmões, como se alguém me tivesse dado um soco no estômago. Olhando o estômago, ele não está lá: meteram uma mão dentro de mim e retiraram as entranhas.
Cruzar a fronteira da Hungria com a Eslováquia vai ficar para sempre comigo porque vivi um momento em que queria chorar e não conseguia, queria vomitar e não saía.
Não vivo num mundo perfeito e sei que há coisas que, mais dia menos dia, acontecem. Eu sei disso; todos sabemos mas nunca estamos preparados. Num mundo de príncipes e princesas não aconteceriam mas eu, tantas e tantas vezes, tornei este mundo numa grande imperfeição.
Momentos como os que vivi são daqueles que nos fazem reflectir e nos deitam abaixo. Momentos como os que vivi são daqueles que tantas vezes falo nas conferências e palestras, onde digo que o importante é o objectivo e temos que ter um farol para onde olhamos quando estamos a perder o rumo.
O meu objectivo é chegar a Memmingen e, aí, apanhar o avião para casa. É para aí que vou olhar.)
Chegado a Bratislava, tive a mesma sensação de há uns anos atrás quando fui  Praga: "é isto?! Isto é o que dizem ser bonito?!".
Felizmente entrando no labirinto gótico do centro da cidade tudo se altera e deixamos de ver os caixotes habitacionais de outros tempos.      
A cidade, a parte histórica, é lindíssima e as pessoas vivem na rua, desde as muralhas até ao Danúbio. Apesar de ser Domingo, o comércio está aberto, há vários bazares e tudo vibra.
Antes de retomar ao hostel para escrever-vos e tomar um duche rápido,  fui ao Lidl comprar mantimentos para os próximos dias: bolachas, água, snacks. Daqui a pouco vou a um concerto de Jazz. 
Com um céu cinzento e um calor abrasador, umas bátegas grossas caíram do céu. Não chegaram a molhar o chão ( nem a lavar nada).

sábado, 13 de junho de 2015

13.6.15 - Ljubljana | Budapeste

Hoje liguei duas capitais do antigo bloco de leste: Ljudjana, na Eslovénia, e Budapeste, na Hungria.
Antes de falar do dia de hoje, vou retomar a noite de ontem.
Saí do hostel com a ideia de me juntar à festa do futebol.  Contudo, para grande surpresa ( e alegria!), ninguém estava a ligar nada ao jogo. A 500 metros do estádio não se passava nada.
Por outro lado, a cidade vibrava com concertos de jazz e o festival de comida de rua. Toda a gente divertida, a cantar e a dançar pelas ruas.
O calor ajuda, a musica também e o álcool empurra.
Numa praça com metade do tamanho da Avenida dos Aliados, actuava a Big Band da Rádio da Eslovénia. A praça estava cheia!
Da banda da qual vi o soundcheck durante a tarde, o publico era muito e a puxar cada vez mais pelos artistas. Marko Hatlak, decorem  o nome.
Ao ver tamanha alegria não pude deixar de me lembrar de Emir Kusturica e dos seus brilhantes filmes que se passavam por estas andas.
Por falar em Kusturica, foi com as paisagens que me habituei a ver das suas películas que rolei com o TT desde Ljudjana a Budapeste, passando pelo Lago Balaton. Grandes campos verdejantes ladeados por montanhas.
Chegado a Balaton, saí da autoestrada e fui pela estrada mais próxima do lago - não há nenhuma que ande ao lado da água.
O sol alto reflectia o verde da água, dando-lhe um aspecto frio apesar dos 30 ºC.
A estrada é uma espécie de Avenida das Américas nos anos 90, cheia de pequenas lojas com coisas para o verão, desde raquetes de madeira a bóias, biquínis, tapa-vento e protectores solares, além de camaroeiros e outros utensílios de pesca.
Em Siófok retomei à autoestrada. Budapeste esperava-me.
Depois de me instalar num hostel em frente à Basília e de almoçar goulash enquanto via as 24 Horas de Le Mans na TV, fui ter com o meu guia.
Dizem que os melhores guias são os que conhecem as cidades e nos conhecem a nós. Pois bem, como guia, nada melhor que o meu amigo de longa data, oliveirense e emigrante em Budapeste há vários anos, o Teixeira.
Com o Teixeira vi a parte turística e a não turística da cidade, ouvi estórias de quem vive cá diáriamente, tirei fotos na estátua do Anónimo.
A primeira parte já foi. Daqui a pouco vamos continuar o tour por Budapeste.. by night!    

sexta-feira, 12 de junho de 2015

12.6.15 - Salzburg | Ljubljana

O sol espreitou cedo pela janela do quarto, lembrando-me que tinha muitos quilómetros para fazer.
Para pequeno almoço comi uns snacks que tinha trazido de Portugal e rumei viagem; antes tive que comprar o tiquet da autoestrada - uma espécie de via verde com todas as portagens incluídas - para poder circular livremente na Áustria: 8 euros.
Quando cheguei ao parque de estacionamento do hotel, ao invés dos camiões que lá se encontravam quando estacionei, pude encontrar vários desportivos. Dois chamaram-me à atenção: um Mercedes C 63 AMG e um Porsche 997 GT3. Eram conduzidos por senhoras.
Rumei a sul, em direcção à Eslovénia, perseguindo o calor. Apesar de ter começado o dia com 19ºC e ter chegado a apanhar 29 ºC, os verdes Alpes que me acompanharam toda a viagem apresentavam o cume coberto de neve. Autênticas paredes de centenas de metros erguem-se no ar e reduzem-nos à nossa minúscula dimensão.
Cruzei-me com centenas de motos nas mais diverss estradas e, após Villach, aquando uma paragem para comer um gelado, encontrei três triciclos cheios de potência e com umas pinturas a dar nas vistas qb.. Tanta potência que, além dos seus robustos donos, rebocavam rolotes!
Cruzada a fronteira da Áustria com a Eslovénia, passados uns quilómetros, virei para Bled. Na autoestrada tinha a indicação de Jezera e, como aprendi há uns anos na Croácia, onde tem Jezere é porque há algo extremamente belo para ver.
Um lago de águas transparentes e com castelos à volta. Que regalo!
Não mergulhei porque queria chegar cedo a Ljubjana.
Chegado à capital e instalado no Sax Hostel - fantástico, muito giro e acolhedor, além de gente simpática e muito limpo - fui passear.
Que lugar belo. Uma capital cozy, que vive ao som da música. Passeei no centro e subi ao castelo. Fui provar sabores tradicionais no festival de comida de rua. Conheci a Lara que promovia o jogo com a Inglaterra. Fui ao mercado de vegetais e flores - que belas cerejas e groselhas. Ouvi um soundcheck de um concerto que vai ser daqui a pouco: música clássica, tango, jazz, tocado por uma banda que tinha um acórdeão, piano, violino, viola e contra-baixo.
Daqui a pouco começa o Eslovénia-Inglaterra e a cidade está pronta para a festa!

quinta-feira, 11 de junho de 2015

11.6.15 - Memmingen | Salzburg

Voltei às quatro rodas!
Uma série de contratempos fez com que, neste tour pelo Leste, não tivesse uma moto. Contudo, o prazer de levar ar na cara é tanto que... vou de Audi TT.
Assim que saí do aeroporto, parei para colocar os autocolantes no carro. Aos dos habituais patrocinadores, acrescentei um do Rotary Club, do Cross Egypt Challenge e, pelo apoio incondicional, um coração dedicado à Chel e ao Drew.
Após o carro decorado, foi um tal brincar com o selector das mudanças no volante. Parecia uma criança com uma Playstation! Em modo manual, reduzindo duas velocidades, parece que se está num verdadeiro carro de corrida: quer pela rotação quer pelos rateres.
Até Munique conduzi a uns tranquilos 200 km/h. Não valia a pena andar mais depressa.  Depois, com transito, chuva e obras na estrada, reduzi consideravelmente a velocidade.
A primeira etapa terminou perto de Salzburg, num BB ao lado da autoestrada.
Agora é tempo de descansar, amanhã faço-me cedo à estrada neste mini GumBall 3000.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

7.6.15 - Vila do Conde | Oliveira de Azeméis

Acordar, abrir a janela e ver o mar. Haverá algo mais fantástico?! O sol brilhava e a temperatura subia na Princesa do Ave.
Saí de casa e rumei à curva do Castelo onde, de há anos a esta parte se concentram centenas de motos ao Domingo. Das mais recentes às mais antigas, de mobiletes às superbikes mais potentes, saidinhas do stand ou o melhor estilo café-racer. Havia de tudo.
Daí segui pela beira rio, atravessei a ponte e, chegado à Varziela, rumei para o mar. Antes de lá chegar, após a mata da reserva natural, campos de milho e vacarias rodeiam a estrada, trazendo os cheiros característicos do campo na primavera, misturados com o odor das tílias que, a certa altura, cercavam a estrada.
Em Vila Chã, junto à igreja, uma venda popular com produtos da região.
Ao aproximar-me do mar e das belíssimas praias, recortadas pelas rochas baixas, o mar entrou-me pelo nariz como um grande prato de percebes, ostras e camarão da costa. Um cheiro inconfundível a maresia que culminou com a vista fantástica da nossa costa.
Escondidas, somente com alguns veraneantes e mergulhadores, Pocinho, Moreiró e São Paio. É obrigatório ir subir ao Castro e ver a paisagem e sentir a fé que aquelas gentes têm no mar. Entre as praias, aldeias de pescadores onde se assa sardinha no meio da rua.
Em Angeiras, antes de dar uma volta pelos barcos estendidos no areal, fui ao mercado. Camarão, lavagante, sapateira, percebes, raia, sardinhas: o melhor da nossa costa, fresco, apetitoso,  abrindo o apetite para o almoço.
Fininhos e tremoços antes de prosseguir viagem até Leça da Palmeira, passando pelo Cabo do Mundo e a Praia do Aterro.
De Leça em diante o trânsito estava caótico e, uma vez mais, a agilidade da Kawasaki foi posta à prova.
Prosseguindo pela ponte móvel e, depois pela Foz, o transito ia aumentando dado os habituais passeios de Domingo.
Na Ribeira, na Ponte D. Luis e em Gaia estavam milhares de turistas, aproveitando a paisagem, o sol e, digo eu, o Vinho do Porto.
Em fila contínua continuei pela marginal até à última paragem antes de rumar a casa: o Senhor da Pedra, em Miramar. Havia festa, daí o trânsito ser mais que muito!
Depois, com menos trânsito, segui pela A29 até Sta. Maria da Feira, seguindo por Arrifana, S. João da Madeira e, por fim, Oliveira de Azeméis.
Foi um fim-de-semana fantástico, com amigos, calor,o mar e um tempo excelente.
Foi um fim-de-semana onde desfrutei de uma scooter Kawasaki, rápida, potente e segura; tanto que andei o tempo todo de calções e t-shirt, tal e qual um turista em Capri.
Foi um fim-de-semana que quero repetir!

domingo, 7 de junho de 2015

6.6.15 - Oliveira de Azeméis | Vila do Conde

Com sol e calor qb, fui presenteado pela Kawasaki com uma scooter J300 para este fim-de-semana.
Scooter?! Campo ou cidade?!
A scooter é o veículo ideal para a cidade, dada a sua agilidade e simplicidade de manuseamento. Contudo a Kawasaki apresenta um excelente motor com 300cc e, por isso, decidi aproveitar esse facto e testar um percurso maior, com zonas de aceleração mais extensas.  
Campo?! Com este calor? Se estivesse na Alemanha ou na Áustria, certamente teria que escolher o campo. Mas estando em Portugal, nada melhor que nestes dias ir aproveitar o nosso litoral.
Olhando para o mapa, os meus olhos fixaram-se em Vila do Conde: tem praias excelentes, o pessoal das motos costuma ir para lá, come-se bem e, sobretudo, tenho lá excelentes amigos e uma casa onde fico desde meados dos anos oitenta.
Vila do Conde, para mim, são corridas: Praia Azul, Jardim, S da Piscina, Seca e Castelo.
Vila do Conde foi, na adolescência, destino de férias de Agosto.
Por tudo isto, quando olhei para Norte e vi Vila do Conde, não tive dúvidas em rumar até lá.
Arrumei as Monte Campo debaixo do assento, de Nau aberto, verde metal flake - a condizer com a scooter - e Oakley a tapar o sol, de calções e t-shirt, saí de Oliveira de Azeméis em direcção à Vila.
Como o intuito era o de aproveitar a estrada, o sol, e reviver o passado, segui até aos Carvalhos pela Nacional 1.
Pelo meio do trânsito, a Kawasaki portou-se lindamente, permitindo-me fazer uma viagem tranquila e barata.
Depois tive que seguir pela A1 e VCI até entrar de novo na estrada nacional; desta feita a Nacional 13.
Na parte final da autoestrada, foi com facilidade que atingi os 140 km/h... e por aí me fiquei. Não valia a pena andar mais depressa.
Depois de entrado na N13, voltei ao zigue-zague do trânsito.
Lembro-me de em Junho e Julho do século passado passar nesta estrada à sexta-feira à noite para ir ver as corridas. Na altura ter atrelado era um luxo, quanto mais uma motorhome como as que se vêm hoje em dia no nosso paddock. Assim, para mim, era um regalo ver passar os carros de corrida em plena estrada. Os Polos, Clio, Starlet, Corolla e muitos outros. Uma época de ouro da Velocidade Nacional.
Chegado a Vila do Conde, o Ave brindou-me como um espelho reflectindo o majestoso edifício da prisão.
Antes de uns fininhos junto às antigas boxes, ainda fui reviver o circuito e passear pela zona histórica.
À noite, na companhia vilacondense dos últimos 30 anos, fomos ao sushi, seguido de Expensive Soul.
Amigos, calor, boa música e uma scooter. "What else"?!    

terça-feira, 2 de junho de 2015

Por estes dias...

...a moto tem ficado parada na garagem e o trabalho tem crescido na Loba; antes de partir para uma nova aventura, tenho que deixar tudo organizado.
No entanto, também por estes dias, tenho andado entretido às ordens do mestre Roças e do pessoal do CCD Porto, na piscina da Senhora da Hora, a preparar-me para mergulhar.
De máscara na cara, botija às costas e barbatanas nos pés, tenho-me sentido como aqueles peixes que habitam nas paredes dos aquários.
Quero ir para o mar, quero mergulhar e ver vida, quero observar polvos e pequenos peixinhos antes de ir para os mares quentes onde reina o "peixão". Ainda não estou pronto mas chegará o dia.