quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

22.2.15 - Vidago | Chaves | Braga

Saindo de Vidago para Chaves, pela "Rota da Água Termal", o céu ameaçava chuva; contudo a ida a Chaves era obrigatória para comprar pasteis e bola. E que boas que estavam!
Daí o destino final era Braga, apontado a chegada para a hora do almoço.
Pela N 103 - fazendo pequenos desvios pela N 312 -  percorri aldeias que outrora foram de pessoas mas, hoje, só a solidão as habita. Aldeias perdidas no meio das serras, de onde gente fugiu para a cidade, perdendo-se por aí.
Com a chuva e o nevoeiro, na falta de luz para fotografar, restou-me falar e ouvir estórias e histórias de famílias numerosas, de capelães, de doutores, de políticos de ontem e de hoje.
Até Vieira do Minho o percurso foi traçado por um Portugal profundo e deserto, no qual ninguém tem interesse em mostrar e analisar.
Contrastando com isso, a barragem da Caniçada. Uma das portas para o Gerês e um sítio que alguns tentam - com um novo-riquismo atroz - transformar numa espécie de Lago Como do Alto Minho, a grande bacia proporcionada pelo Cávado.
Felizmente a paisagem sobrepõe-se a tudo isso e é possível encontrar a natureza no seu estado mais puro.
Descendo até Amares e, depois, seguindo para Braga, depressa - pelo adiantar da hora -, porque um bacalhau e um Alvarinho esperavam no S.Frutuoso.


segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

21.2.15 - Vidago | Pitões das Júnias | Lindoso | Soajo | Monção | Vidago

Tendo como base a pacata vila de Vidago, outrora famosa pela água e o caminho do Santiago, fui presenteado por um dia frio e com o S.Pedro a ser amigo: fazendo desaparecer a chuva e trazendo os raios de sol para iluminarem um caminho traçado por entre picos e vales, com muito ver e água, desde Vidago até ao ao coração do Gerês.
Saindo de Vidago em direcção a Boticas, depois de cruzar o Tâmega, a estrada é tortuosa pelas curvas e a sua inclinação. Chegado ao topo poder-se-à pensar "valeu a pena", "é lindo". A agrura das pedras estende-se até ao rio Rabagão e à barragem de Pisões. Um espelho de água enorme reflecte o sol, as nuvens, o azul do céu, tornando aquele local paradisíaco.
Deixando o Rabagão para trás, o zigue-zague continua a até à barragem do alto Cávado: a espectacularidade dada pela dimensão do Rabagão transforma-se em cozy pela pequenez desta barragem.
Entrando no Parque Nacional Peneda Gerês, numa zona de planalto, vamos em direcção a Pitões das Júnias e a agrura da paisagem comprime-nos: como se inspirariam os neo-realistas?!
Manadas dos melhores exemplares barrosãs saúdam-nos na estrada e quase não nos deixam continuar caminho.
Para abrir o apetite para o almoço, um pequeno trekking para apreciar a cascata que emerge da rocha e o mosteiro. Com o sol mais forte, mais alto, visualizei o postal perfeito.
Por falar em almoço, no acolhedor Casa do Preto, devido à simpatia da dona, deliciei-me com "ceboleira" e posta barrosã, acompanhadas de um Alvarinho. O restaurante não está referenciado nos guia Michelin nem na redes slow food mas a qualidade do que apresenta é soberba. Ali come-se o que a terra dá, literalmente! As vacas, os cabritos e as galinhas são expostos no menu, em fotografias, passeando pelo campo e com a identificação do produtor.
Depois do excelente almoço foi tempo de rumar a Espanha, para voltar a entrar em Portugal no Lindoso.
Por Mugueimes, e Lobios vi o Lima crescer: ora largo ora estreito, dadas as barragens que criam a paisagem.
Entrando em Portugal pelo Lindoso, o rumo era o Soajo.
Os espigueiros - ou canastros, como se diz em algumas terras - erguem-se para o céu guardando os proveitos da terra. Com cruzes altas, parecem pedir a Deus que estejam sempre cheios.
O regresso foi feito pela rota do vinho verde, por Monção, passando pelo Palácio da Brejoeira.
Daí, de volta a Espanha, em direcção a Verín, e depois Chaves e Vidago.

 

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

17.2.15 - Oliveira de Azeméis | S.Jacinto | Barra | Oliveira de Azeméis

Depois de fartos dias de frio, gelo e neve, sabe bem voltar a Portugal e ser banhado pelo nosso sol de inverno.
Terça-feira de Carnaval e, mascarado de aventureiro, montei na BMW para dar uma pequena volta nas redondezas. Volta higiénica dirão alguns!
Saí de casa e rumei ao Cais do Bico, na Murtosa. Gente disfarçada de praticantes de kitesurf, outros disfarçados de pescadores à linha, foram a minha companhia desde o Bico até à Ponte da Varela. A ponte, uma fina silhueta ergue-se imperceptível no horizonte, unindo pessoas.
Levei um Nau aberto e o mar entrava-me pelas narinas e seguia até ao estômago: percebes e a burriés.
Depois do parque de campismo e da reserva natural segui pela areia até às dunas e daí à praia de S. Jacinto.
A praia deserta e o mar revolto transmitiam paz; apesar do vento, que bem que se estava.
Era hora de continuar rumo ao objectivo: atravessar de ferryboat para Aveiro e fotografar do meio da Ria.
Às 16:20 em ponto, o ferry, lentamente, cruzou o canal, colocando a nu a base aérea, o estuário,o farol e o porto comercial.
O sol, lindo e quente, lentamente baixou até ao nível das águas e por aí se ficou.





sábado, 14 de fevereiro de 2015

14.2.15 - Glacier 3000

Postal ilustrado: uma vila acolhedora, com chalés, lojinhas caricatas, gente simpática e um comboio que irrompe, devagar, montanha acima. Assim é Villars, uma das localidades que acolhe a estância e que escolhemos para o "ataque" ao Glacier 3000.
Infelizmente o Glacier 3000, devido ao intenso nevoeiro e à neve, estava encerrado. Assim, Eu, o Pi e o Luca - um amigo italiano - para esta estância com mais de 100 km de domínio, estabelecemos como estratégia passar no máximo de pistas possíveis, ligando as três aldeias: Villars, Gryon e Les Diablerés.
Com o sol a espreita por entre as nuvens e com uma neve fofa, esquiamos por pistas excelentes, desenhadas ao longo das várias montanhas e vales que compõem o domínio. Andamos por pistas largas e estreitas, mais ou menos inclinadas.
Em Villars, desci  grande velocidade pela pista de slalon que estava montada para um campeonato.
DeVillars para Les Diablerés, cruza-se um enorme vale num teleski para, depois, pistas deliciosas pelas suas curvas e inclinações nos levarem até à aldeia.
O acesso a Gryon foi por um fora de pista manhoso, onde perdi um bastão e que obrigou a uma caminhada que não estava nos planos.
Pela estância vi muitos cegos a esquiarem, acompanhados por um guia. Ouviam a voz de comando e lá seguiam, montanha abaixo, a uma velocidade média e sem incomodarem ninguém. Notei que tinham prática e, sobretudo, atitude.




A descida final, até ao carro, foi a acompanhar a linha de caminha de ferro, cruzando-a em túneis e pontes, relaxando e apreciando a paisagem.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

13.2.15 - Bugnenets-Savagnières

A apenas 30 minutos de Neuchatel, nas montanhas de Jura, nos Alpes Suíços, descobri a estância onde o campioníssimo Didier Cuche treinava.
Não é uma tipica estância fancy suíça e está longe de ser confortável. Tem um restaurante e um café perdido no meio de uma pista. Mal conseguia encontrar sítio para alugar uns esquis e, como meios mecânicos, contém, apenas, saca-rabos. No meio das pistas, uma vacaria e os seus simpáticos habitantes.
O senhor que alugou os esquis, típico local, referiu que a neve estava dura, não sendo a melhor. Concordo; mas aqui se vê que ele já nasceu a fazer esqui e não teve que ir para pistas geladas e rapadas em Espanha ou, muito menos, ir de saco de plástico para a Serra da Estrela!
Bugnenets-Savagnières é uma estância de puro downhill, com pistas muito muito muito rápidas, de largura média, e com muitas lombas e curvas apertadas, colocando à prova toda a perícia do esquiador. Para terem uma ideia, tem apenas 30 km esquiáveis mas desses, 20 km eram de pistas pretas e vermelhas!
Cartazes de Cuche estão em todo o sítio, lembrando que a estância produz campeões; e vi vários miúdos a treinar para, quem sabe um dia, serem os representantes suíços no downhill mundial.
Não há aprés-ski mas numa bifurcação entre uma pista preta e duas vermelhas desfrutamos, numa esplanada, de um solzinho retemperador, uma sopa de legumes, batatas fritas e uma cerveja. Um petisco que custou apenas 17 euros!
Uma estância para quem  gosta de ski, de andar depressa, sem olhar a luxos. Uma estância bonita, com uma vista fantástica no topo.



segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

7.2.15 - Manzaneda

A vida não é apenas St. Moritz e Lech - pelo menos a minha - e foi com satisfação que, a lembrar os velhos tempos, fui a Manzaneda.
Ia estrear umas botas da Nordica,verde-couve metalizado, e estava expectante!
A apenas pouco mais de duas horas de viagem do Porto encontrei uma estância simpática para quem pretende um dia de esqui. Os acessos são bons, a dificuldade é mínima e o ambiente é familiar; convidando do piquenique.

Como estava imensa gente e os meios são reduzidos, chegados à estância e adquirido o forfait, fomos almoçar. Seria meio-dia e o bocadillo de jamon e a caña souberam pela vida.
Recomposto o estômago, até às cinco da tarde, foi uma tardada de ski. Caiu um nevão durante a semana e a neve estava muito boa. Subimos e descemos várias vezes a montanha, explorando os fora de pista pelo meio das árvores, andamos depressa e devagar, fomos ao snowpark.
Apesar da pouca dificuldade das pistas, caí três vezes e cada uma das três foram "quedas para o mundial". Mas culpa não foi das botas, certamente!
O acesso ao carro foi por um fora de pista que cruzava um riacho e, chegado à estrada, deu para descer por um carreirinho de neve, evitando caminhar muitas centenas de metros.
Como não há aprés-ski, paramos numa aldeia para degustarmos mais um bocadillos galegos, antes de nos fazermos à estrada.