domingo, 30 de novembro de 2014

30.11.14 - Oliveira de Azeméis | Burgo | Oliveira de Azeméis


Acordei cedo com vontade de andar de moto. Enchi a Monte Campo com um agasalho extra, água e a máquina fotográfica, tal como fazia até há uma semana atrás, e fui por ai.
Estando em Oliveira de Azeméis não é difícil encontrar boas estradas e percursos interessantes entre montanha, campo ou mar.
Optei pela montanha e fui até Burgo, passando pela Freita e pelos famosos troços do Rali de Portugal. Um percurso curto mas com curvas bastante pronunciadas e um sobe e desce constante.


Se há uma semana o sol era abrasador, hoje o frio e vento fazem tremer os ossos. Em pleno planalto da serra da Freita, o vento era tanto que cheguei a ter receio de parar a moto e ela tombar.
Passei por riachos, fui à Mizarela, vi arouquesas a pastar; num percurso que antes era de terra batida estando agora em paralelo, vi o Julinho - que me servia lanches mistos e Coca-Cola quando era miúdo, no Doce-Convívio - com um grupo de caminhantes. Parei, conversamos e comi uma fatia de bolo.
O percurso era até Burgo e, depois de ter avistado tamanha paisagem, desci a serra em direcção a Arouca.
Em Burgo, comprei pão-de-ló de Arouca e castanhas doces, que vão servir de sobremesa a umas Tripas aos Molhos, acompanhadas por um Quinta do Estanho Reserva 2008.


segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Terminou a aventura de João Rebelo Martins no Cross Egypt Challenge


Terminou sábado, em frente às grandes pirâmides de Giza, a aventura de João Rebelo Martins no Cross Egypt Challenge.
O piloto português atravessou o Egipto durante 9 dias, perfazendo 3.000 km, numa scooter. Foram 9 dias de aventura, desafio e, claro está, de superação de objectivos.
A caravana começou na cidade de Alexandria, junto ao Mediterrâneo, rumando a sul, junto ao Mar Vermelho. À quarta etapa, os aventureiros entraram no deserto profundo, entre Marsa Alam e Aswan para, a partir daí, continuarem em direcção a Abu Simbel e à fronteira com o Sudão.
Foi também na quarta etapa, a mais dura e complicada de todas, que vários pilotos sofreram acidentes e foi necessária a intervenção médica.
Para os restantes pilotos, a aventura continuou com destino a norte, tendo o Nilo como referência. Cidades como Aswan, Luxor e Asyut ficarão na memória de todos.
João Rebelo Martins, na cerimónia de encerramento nas pirâmides de Giza, perante o Ministro do Turismo, o piloto elevou bem alto a bandeira portuguesa e as cores da Konica Minolta, Agencia Paraíso, Monte Campo e Polisport.
Sendo um rally raid em aventura, não havia classificação. O percurso foi de asfalto, pedra, terra batida e areia. Os pilotos eram divididos em quatro grupos conforme a sua rapidez e experiência. João Rebelo Martins esteve, desde a primeira secção da primeira etapa no grupo que liderava a caravana.
No final, o piloto referiu “ estou muito feliz. Propus-me a fazer 3.000 km de scooter, pelo Egipto, e consegui. Vi e vivi uma experiência única e senti, mesmo à distância, através das redes sociais, o apoio de muitas pessoas, muitos amigos. Obrigado.”
Em breve será editado o diário de bordo do piloto oliveirense, com textos e fotos inéditos.

domingo, 23 de novembro de 2014

23.11.14 – Cairo | Milão | Porto | Oliveira de Azeméis

O dia começou cedo, como sempre: às quatro da manhã, duas em Portugal, já estava a acordar para me juntar ao Ken e à Vicky, à Jazmin e às quatro canadianas fãs de hóquei para irmos para o aeroporto. Se tudo corresse bem demoraríamos uma hora a travessar a cidade, nesta “segunda-feira” da cidade com 22 milhões de habitantes. Pela primeira vez desde que cheguei, estávamos a cumprir o horário.
No aeroporto, complicações com o meu bilhete e a mala – não a queriam transferir em Malpenza! – queriam que cada um de nós indicasse a sigla do aeroporto de destino, problemas por a Jazmin estar de cadeira de rodas e ter que ser transportada no aeroporto e um funcionário do aeroporto que, em inglês, apenas abanava a mão para dizer "no english".
Tudo resolvido e eu fui para Milão, outros para Paris, outros para Istambul, tendo as nossas casas como destino final.
Entre o Cairo e Milão, tive como companhia uma simpática cirurgiã italiana, mais ou menos com a minha idade, e que estava a regressar de uma viagem solitária, de mochila às costas, pela Tailândia. Partilhamos experiências e vimos as fotos da viagem um do outro. Nem demos pelo tempo passar e as quase 4 horas de voo, literalmente, voaram.
Em Milão, a segurança apertada no aeroporto quase me fez perder o voo para o Porto; consegui entrar no pequeno mas fantástico pássaro da Portugália e, após um arroz com pedacinhos de bacon e uma cerveja – que bem me soube! – dormi.
Finalmente cheguei a casa, depois de 12 dias de aventura, 12 fantásticos dias vividos intensamente. Já tenho saudades, quero voltar à estrada.


22.11.14 – Asyut | Cairo

Eis que chegou o grande dia: chegar ao Cairo, e ser recebido nas Grandes Pirâmides de Giza pelo Ministro do Turismo do Egipto.
A etapa, das mais longas, foi rápida, sem haver tempo para grandes veleidades.
No entanto, eu, o Wolf e o Dave picamo-nos no início da etapa, para regalo dos fotógrafos. A organização não achou tanta piada porque não queriam ter problemas no último dia; mas nós queríamos diversão.
Chegar ao fim da aventura, ter a scooter intacta – aquele motor, agora, está um mimo! – ter muitas estórias para contar e amizades para o resto da vida, deixa-me com um sorriso de orelha a orelha.

Obrigado por me terem acompanhado.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

21.11.14 – Luxor | Asyut

Enganaram-me! Disseram que a etapa de hoje era pior que ontem mas, de todo, não foi.
Saímos do hotel com nevoeiro e frio, tal D. Sebastião, e fizemo-nos à estrada; passados uns 10 km, a estrada era de terra batida e com muita pedra mas, depois disso, melhorou muito e permitiu velocidades elevadas e grande diversão.
Ainda antes do primeiro reabastecimento tive que parar colocar os Oakley porque o nevoeiro já tinha levantado e o sol começava a incomodar.
Chegados ao primeiro reabastecimento, o frio era tanto que me fui aquecer no escape da scooter. Quando chegou o mini-bus com convidados e jornalistas, onde também viaja a nossa amiga acidentada, com a desculpa de a irmos visitar, recolhemo-nos e ligamos a sofagem. Que bom!
A partir desse ponto subimos para um planalto,  onde foi o segundo reabastecimento e, depois, foi descer até Asyut e as margens do Nilo.
A uns 20 km da chegada um burro saltou para a minha frente e foi por centímetros que o consegui evitar.
Neste momento estou, literalmente, no meio do Nilo e vamos pernoitar aqui.  Pela primeira vez vou partilhar o quarto com um americano; contrariamente aos outros dias em que fico sempre com um egípcio.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

20.11.14 – Aswan | Luxor

Estou cansado. O dia de hoje foi, até agora, o mais duro de todo o rali – dizem que amanhã é pior!
Estradas com asfalto em mau estado, estradas com gravilha e pedra solta, areia; de tudo um pouco. Rolamos relativamente devagar porque o piso não permitia mais
e, em vez de saltar entre lombas e buracos, ia absorvendo tudo.  Ainda bem que a minha armadura da Polisport tem  uma cinta para os rins incorporada; caso contrário, nem quero imaginar.
A etapa terminou em Luxor, com o Vale dos Reis como cenário. Maravilhoso!

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

19.11.14 – Abo Simbel | Aswan

O percurso de hoje foi o inverso do de ontem, com uma paisagem similar: uma imensidão de água e, depois, o deserto profundo.
Fizemos uma média pior porque o muito vento lateral que sentimos obrigou-nos a uma paragem extra para reabastecer. Fora isso, nada a assinalar.
A espectacularidade do dia foi o amanhecer. Acordei mais dedo, às 4:45 para ir engolir o pequeno-almoço e poder ver sol nascer no Sudão e erguer-se no lago Nasser. Não tenho palavras para descrever a imensidão de tudo isto!

terça-feira, 18 de novembro de 2014

18.11.14 – Aswan | Abo Simbel

Mais uma tirada rumo ao sul, a última; depois será para retornar a Norte, rumo ao Cairo. Estamos a 3 km do Sudão, fica do outro lado do lago.
Percorremos a quinta etapa e passamos o marco simbólico do “meio da prova”. Uma etapa que foi feita na estrada que liga o Egipto ao Sudão, alternando com o tórrido e ventoso deserto e as paisagens verdejantes do Nilo.
Rodei sempre no grupo de frente –agora ainda mais, depois do acidente de ontem – mas optei por uma toada regular. Um pequeno percalço fez-me parar e, depois disso, tive que andar depressa para apanhar o grupo antes do reabastecimento.
O vento era tanto que, sem ter ninguém com quem fazer cone de ar, não conseguia ultrapassar os 110 km/h. Mesmo assim alcancei-os!
Abo Simbel e o Nilo, um templo mundial e o maior rio do mundo, são de cortar a respiração. É noite e o céu está todo iluminado por milhões de estrelas e cometas que passam a grande velocidade: vão-me acompanhar até amanhã.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

17.11.14 - Marsa Alam | Aswan

Hoje começou a verdadeira aventura e começaram os percalços; 345 km muito duros. Para quem pensa que o Cross Egypt Challenge é um passei pelo país, engana-se redondamente.
Logo de manhã, na primeira tirada antes do reabastecimento, decidi ficar para trás para poder apreciar pela última vez o Mar Vermelho e os fabulosos barcos que por ali proliferam. Ia mais descansado.
O pior foi quando viramos para o interior, onde foi sempre a subir para um planalto. Como parti atrás comecei a apanhar pilotos mais lentos e em estradas péssimas é complicado ver e ultrapassar.
Logo no primeiro reabastecimento tivemos um reagrupamento porque um piloto peruano caiu e magoou-se no ombro. Estivemos a aguardar que chegasse outra ambulância à caravana porque a que estava ao nosso serviço foi utilizada.
Depois partimos em direcção a Aswan, com mais duas paragens programadas. Infelizmente foram mais.
Começando a descer o planalto, por uma estrada má, com a paisagem edílica e bucólica do deserto, dando lugar a umas pequenas aldeias com gente pobre e vacas e burros raquíticos. Nada mais. Poucos quilómetros mais à frente, de repente, parece que entramos noutro país, tal era a quantidade de campos verdes. Aproximávamo-nos do Nilo. A quase 1.000 km da sua foz, tem uma imensidão poderosa.
Cruzamos Edfu - quase uma metrópole – e sente-se África a entrar pelos olhos e narinas. Aqui a Denise teve um pequeno acidente e magoou-se no cotovelo.
Pouco depois, já fora da cidade, novamente no deserto, novo reagrupamento porque havia gente dispersa pela cidade e outras complicações. Passaram carros da organização a alta velocidade e uma ambulância com alguém de camisola com mangas amarelas. A "Foreign Legion" perdeu um membro.
A “ Foreign Legion” foi um grupo que apeliddamo, onde estou eu, um americano, um australiano, um canadiano e uma simpática mexicana.
Ficarmos s
em saber notícias da nossa companheira de aventura quebrou o ritmo e o espírito. Conhecemo-nos há apenas cinco dias mas, desde então, todos convivemos quase 19 horas por dia; os nossos pensamentos estão com a ela.
Depois disso foram 180 km intermináveis até Aswan.

domingo, 16 de novembro de 2014

16.11.14 – El Gouna | Marsa Alam

Continuamos a viagem rumo a sul, entre a serra e o Mar Vermelho.
Passamos por uma série de vilas onde se respirava miséria. Percebemos que estávamos em África.
Numa dessas vilas, em que se tinha uma espécie de fronteira, devem ter avisado o Presidente da Câmara de lá do sítio que íamos atravessar a vila. Tivemos que parar em frente ao edifício onde ele trabalhava para bebermos água e ouvir um discurso em árabe. Simpático de sua parte, penso que estaria a felicitar-nos e a desejar boa viagem.
No meio do deserto, igualmente decrépitos, dois quarteis militares. Carros enferrujados, prédios quase em ruínas e, num deles, um Hummer que fazia lembrar outras guerras.
A estrada era estreita e estava em mau estado. Fiz muitos quilómetros de pé, em cima da scooter, para proteger as costas das pancadas dos pequenos saltos. Diverti-me mas fiquei com os pulsos com o dobro do tamanho.
Mais uma vez a etapa terminou cedo e fui recuperar os pulsos no Mar Vermelho, caminhando mar dentro muitas centenas de metros até uma barreira de coral. Aí a água era agitada a profundidade passava de 80 cm para 20 metros. O Drew – um médico americano – e outros com licença de mergulho, avançaram num barco. Eu voltei a terra seca para a companhia do Lobo Antunes.

sábado, 15 de novembro de 2014

15.11.14 - Eln Sokhna | El Gouna

Finalmente o deserto!
Mas primeiro o a fase inicial: o início do percurso foi por uma estrada estreita e encadeada mas com curvas que se podiam fazer depressa. Entre a serra e o mar o percurso foi muito giro. Depois rumamos a sul.
Ontem todos diziam que esta zona era como a Riviera francesa, nesse local passamos por um resort com o nome pomposo de Cancun; contudo, parecia mais o Portugal de Sócrates: numa paisagem magnífica, entre serra, planície e mar, só se viam ventoinhas.
Rumando a sul o percurso foi muito rápido, acompanhando um pipline e linhas de alta tensão. Entramos no deserto e o vento quente e forte fez-se sentir.
Na fase final começamos a ver o Mar Vermelho, bastante azul-esverdeado, por sinal, e terminamos a etapa num fantástico resort em El Gouna.
Ainda era uma da tarde e, por isso, o mar foi a minha companhia e refúgio até as quatro. Agora já posso dizer que mergulhei no Mar Vermelho!

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

14.11.14 - Alexandria | Eln Sokhna

Começou a aventura. Até aqui tinham sido dias de preparação, perspectiva e, depois da chegada ao Egipto, uma rápida adaptação ao povo egípcio e à diferença horária.
Hoje começou a sério. E começou com um atraso de hora e meia.
A saía de Alexandria foi pelas salinas para, depois, entrarmos numa estrada com pedra solta e afiada; onde tive o receio de cortar algum pneu. Felizmente nada disso aconteceu.
Depois tomamos a Desert Road rumo ao Cairo. Nos quase duzentos quilómetros que separam Alexandria do Cairo, pela estrada do deserto, deixei cair dois mitos: o primeiro é que o deserto é bastante ocupado. O segundo é que, naquela zona, tinha vegetação qb.
A viagem até ao Cairo, numa estrada rápida e com longas rectas deu-me sono e perdi a concentração algumas vezes. Contudo, chegado à metrópole egípcia, tive que cruzar o trânsito a grande velocidade, o que voltou a colocar a adrenalina em níveis “normais”.
O segundo atraso do dia deu-se quando, numa estrada que é controlada pelos militares, não nos deixaram passar. Uma hora de conversações e depois disso, pudemos seguir viagem. A partir daí a polícia acompanhou grande parte do percurso, excepto no almoço: koshary servido no meio do nada.
Com tudo isto chegamos a Eln Sokhna e ao Mar Vermelho quase de n
oite.
Amanhã o percurso é entre o mar e a montanha. Promete!

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

13.11.14 - Alexandria

O dia de hoje foi longo. Não tão longo como os que aí vêm mas cansativo: a partir das onze da manhã tivemos reuniões para conhecermos os procedimentos de segurança, o percurso, o tipo de terreno, como se reabastece e todas essas informações que nos vão ser bastante importantes durante a viagem.
Antes disso, acordei às 7:15 ( 5:15 aí em Portugal) para ir ao pequeno-almoço/ reunião do Rotary de Alexandria. Quando lá cheguei, às 8 em ponto, disseram-me que tinha sido às 8… de ontem! Fui para a cama.
Voltando ao Cross Egypt Challenge, depois de todas as reuniões, entre as 11 e as 17 no hotel, seguiu-se um jantar sensaborão. Quase toda a gente a dormir. Não vi a cidade, mal vi o sol.
Mas depois, a grande surpresa: o evento de lançamento.
Uma coisa hollywoodesca, com bandas a actuarem, a Miss Egipto a fazer a apresentação, um ministro presente, vários canais de televisão, estradas fechadas para nós passarmos. Fomos tratados como autênticas estrelas rock, as pessoas acotovelavam-se para tirarem fotos connosco e pedir autógrafos.Dei 3 ou 4 entrevistas para a TV e um jornal. Fantástico, os egípcios adoram a aventura e mostram-se muitos hospitaleiros.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

12.11.14 - Porto | Roma | Cairo | Alexandria

O dia foi bastante preenchido e uma autêntica correria entre carro, avião, minibus, levando-me desde a pacata Oliveira de Azeméis - às 5.15 da manhã - à movida de Alexandria.
O dia começou frio e chuvoso mas à medida que me fui dirigindo para o oriente, as nuvens iam desaparecendo e a temperatura aumentando.
Roma estava cheia de brasileiros e o português melódico e doce acompanharam-me numa pizza que tinha pouca tradição italiana.
Já no avião para o Cairo, apinhado de egípcios, o meu parceiro do lado perguntou-me o que ia fazer ao Egipto. Disse-lhe mas a cara dele não era a de quem estava a acreditar.
Até que,ao folhear a revista de bordo, lá vinha uma página a falar do Cross Egypt Challenge e passei a ser o herói do senhor.
O Cairo é enorme e tem um trânsito infernal, a fazer lembrar o Rio em hora de ponta.
A viagem até Alexandria foi infernal: Le Mans em rush hour, com camiões, carros, minibus de máximos ligados, a ultrapassarem por qualquer buraco. Gente na berma da suposta auto-estrada, carros em contra-mão e buracos e mais buracos.
Chegados  Alexandria, é outro mundo. Estou a ver quando é que Humprey Boggart aparece neste cenário típico de hotel de luxo da Segunda Grande Guerra.
A vista do meu quarto é esta, com o Mediterrâneo ao fundo. Estou ansioso por ver o nascer do sol.

sábado, 8 de novembro de 2014

Que nem um pinto!

Ontem teve lugar a apresentação pública do Cross Egypt Challenge. Tive a presença de amigos, erma todos amigos.
Hoje de manhã, antes de arrumar a moto e de começar a pensar na scooter, fui dar uma última volta pelas serras de Azeméis, por onde costumo fazer jogging.
Senti-me como alguns que saem do stand com um X6 e querem colocá-lo numa picada!
Os pneus não ajudavam na pedra que se ia molhando com um chuva miudinha.
Mas o pior foi quando a chuva miudinha, por ira do Senhor de lá de cima ou uma razão meteorológica qualquer, se transformou num dilúvio.
Óptimo, começaram os desafios: ou tiro os pés dos estribos para não os molhar as botas
Ou faço mais uns quilómetros valentes debaixo de chuva ou arrisco a fazer um flik flak invertido tal era a parede que queria escalar.

ou deixo-os lá para não tomar banho juntamente com a moto.
O que vale é que as minhas botas são em gore-tex  e não entrava água pelo pé. Mas como a água escorria pela perna para dentro da bota, podia muito bem ter recolhido um girino num qualquer riacho porque ele conseguiria viver lá até saltar já uma rã.
Em suma, da cintura para baixo fiquei que nem um pinto.
O problema é que penso que vai ser a primeira molha de hoje: daqui a pouco vou para Oiã para, conforme o prometido, disputar a última prova do troféu de Kart com a Numeroscópio Roadgalaxy Kart Team. 

Apresentação pública de João Rebelo Martins no Cross Egypt Challenge

Decorreu ontem, na Loja Interactiva de Turismo de Oliveira de Azeméis, a apresentação pública de João Rebelo Martins, tendo em conta a participação no Cross Egypt Challenge.
O Cross Egypt Challenge é um rali-raid dest
inado a motas e scooters que atravessará o Egipto durante 9 dias. Serão 3.000 km que começam na cidade de Alexandria, a caravana passa por cidades como o Cairo, Luxor, El Gouna e Marsa Alam; Oásis no Sahara ou o Vale de Gizé. Os pilotos irão percorrer todo o percurso do Mar Vermelho até ao Suez!
João Rebelo Martins parte já quarta-feira para o Egipto, levando consigo as cores da Konica Minolta, Agencia Paraíso, Monte Campo e Polisport e, respondendo positivamente ao desafio lançado pelo Vereador Pedro Marques – responsável dos pelouros da Juventude, Turismo e Desporto de Oliveira de Azeméis – uma bandeira de Oliveira de Azeméis e outra de Portugal.
No período de intervenções o Vereador Pedro Marques referiu a importância para Oliveira de Azeméis de João Rebelo Martins ir fazer esta aventura para lugares tão distantes, levando o nome e a cultura da sua própria terra, dando-a a conhecer.
João Rebelo Martins começou por explicar que depois do excelente ano de 2013 – foi campeão, com Tó Zé Ferreira, no Desafio Único FEUP 3, testou o Oreca LMPC e o Aston Martin GT 4 -, 2014 foi encarado pela Roadgalaxy como um ano de diversificação das modalidades para poderem ser diferenciadores. Dado isso o piloto, entre outras modalidades, participou em quatro provas de Campeonato Nacional de Rallycross e vai estar presente no Cross Egypt Challenge.
Referiu, ainda, que desde que tomou conhecimento desta prova, em Abril, teve que encontrar razões para não estar presente porque “as razões para participar, sempre viveram comigo: o desejo de viajar, de conhecer novas gentes e culturas, o deserto, o recordar as imagens do Dakar e as expedições de José Megre. Ponderando, as razões para estra presente sobreponham-se a todas as outras”. O piloto disse que o objectivo é o da superação, aventura, fazer algo ao alcance de poucos.
Hermínio Loureiro – Presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis – encerrou o período de intervenções dando, em primeiro lugar, os parabéns a João Rebelo Martins por se manter activo há tanto tempo no desporto motorizado inovando, captando novos patrocinadores, gerando comunicação positiva em torno dos seus projectos.
O autarca oliveirense lançou o desafio ao piloto de, da mesma forma que escolheu Oliveira de Azeméis para a apresentação pública desta aventura, no regresso do Egipto, voltar à sua terra natal para contar as muitas histórias desta fantástica aventura.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

O Egipto visto com outras cores

Além da minha "máquina normal", levarei para o Egipto esta Lomo.
Espero trazer fotos: grandes panorâmicas com cores quentes para vos mostrar.
Nunca trabalhei com ela, é uma máquina à antiga, de rolo, sem a possibilidade de ver se ficou bem e voltar atrás.
Mais um desafio em tantos outros. 

Rebelo Martins fala sobre a aventura

João Rebelo Martins, além de multifacetado piloto - vencedor nas mais diversas modalidades – é um aventureiro.
A paixão das viagens, o desafio, a aventura: percorrer milhares de quilómetros de carro ou mota, conhecer novas pessoas, novas culturas, modos de ser e estar diferentes.
Das viagens gosta de registar momentos: uma paisagem, um cheiro, um sorriso, sentir o sabor de um prato tradicional feito com aquilo que “ a terra dá” ou tocar um instrumento musical com um som único.
Este gosto levou-o, por exemplo, a ajudar a organizar o Rali Maputo – Ponta do Ouro, Moçambique.
É este gosto que o vai levar a percorrer o Egipto, de lés a lés, numa scooter!
O Cross Egypt Challenge é um rali-raid destinado a motas e scooters que atravessará o Egipto durante 9 dias.
Estradas de pedra dura e as areias do deserto são os trilhos por onde os pilotos irão passar, colocando toda a sua experiência e habilidade para superar esta incrível maratona.
Começando no Mediterrâneo, na cidade de Alexandria, a caravana passa por cidades como o Cairo, Luxor, El Gouna e Marsa Alam; Oásis no Sahara ou o Vale de Gizé. Os pilotos irão percorrer todo o percurso do Mar Vermelho até ao Suez!
Segundo Rebelo Martins,  “vão ser 9 dias de superação, aventura e descoberta, com paisagens únicas como pano de fundo. Mal tomei conhecimento desta viagem, em Abril, fiz tudo para poder estar presente; foi uma atracção, uma espécie de chamamento.”
Tal facto levou o piloto a recordar-se da infância quando “ via as imagens do Dakar: um deserto a perder de vista, onde os Porsche, Peugeot, Citroën, Kamaz, e o pessoal das motos pareciam minúsculos. Recordei livros de aventura como os do Camel Trophy ou das expedições de José Megre, que lia afincadamente.”.
Quanto à aventura em si, o piloto oliveirense é o primeiro a afirmar que “não há competição envolvida. Tudo será descoberta, conhecimento, convívio. Vou ter a oportunidade única de fazer uma coisa da qual me recordarei por muito tempo e, certamente, me vai deixar com um sorriso nos lábios. Terei estórias para contar e isso não tem valor calculável.”.
Relativamente ao pós-Egipto, João Rebelo Martins foi peremptório ao afirmar que “ tal como as corridas, a aventura, é um vício, corre-me no sangue. Gostava de ter outras oportunidades de percorrer mais países, conhecer mais pessoas e culturas.” Mas, para já “ o objectivo é percorrer 3.000 km entre Alexandria e o Cairo, levando as cores da Konica Minolta, Agencia Paraíso, Monte Campo e Polisport; levando o orgulho de ser português e oliveirense, mostrando que somos aventureiros, que adoramos desafios e que o mundo é a nossa casa”.