segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

7.12.16 - San Pedro | Pillcopata

Há dias fantásticos; e hoje foi um desses dias, por tudo o que vivi, o que me recordei; ajudamos pessoas e animais, fizemos gente sorrir e, no final, sorrimos também. Machu Picchu é um marco da viagem, foi visitar uma das sete maravilhas do mundo. O dia de hoje é um marco de vida.
Em San Pedro, no lodge, o pequeno-almoço foi, de certa forma, partilhado com uma família de macacos que, ao invés de meia banana frita, tinham-nas aos cachos. Uma caminhada matinal pela selva serviu para abrir o apetite e preparar-nos para o dia que se iria apresentar: muito calor, humidade, e pingos de chuva.
Já em cima da moto, com o Alpinestarts sem a membrana Goretex e com todas as aberturas de ar abertas, seguimos a grande velocidade para Pillcopata. O final do dia de ontem tinha sido complicado, com muita chuva e nevoeiro a obrigar a dosear muito o andamento, e hoje queríamos, desde cedo, esticar o pulso; e o Joan alinhou nisso.
40 minutos depois, por uma estrada sinuosa, escorregadia e rápida, chegamos a Pillcopata e fomos retirar a bagagem das motos.
Um hotel simpático mas sem internet e sem água quente porque... já faz tanto calor que não seria necessário tal bem.
Ligeiros, fomos explorar a selva.
A 500 metros de altitude em relação ao mar, os motores ganham nova vida e permitem outra utilização.
Saindo de Pillcopata, em primeiro lugar, fomos visitar uma tribo de índios. Algumas casas com colmos a servir de telhado, animais a passearem entre nós e uma escola cheia de crianças de tenra idade.
Aiye, uma simpática  india, quis mostrar-nos o artesanato local. Tão bonito e feito como forma de sustento da comunidade, levou-nos a querer comprar quase tudo. O problema é que estávamos de moto e o espaço e a fragilidade das peças não nos permitiu levar nada. Ficou a promessa de regresso ao final do dia com uma solução.
Na aldeia dos índios, uma criança ia para Pillcopata. São 8 ou 9 km e ela iria fazer o caminho a pé, como o faz todos os dias.
Sentada na moto do Joan, foi uma delícia vê-la a sorrir e a correr para junto dos amigos quando chegou a Pillcopata. Foi uma vez na vida e, certamente, caminhar menos estes quilómetros em todos os que já fez e os que vai fazer, não irá dar um saldo positivo. Mas a experiência, a atitude, o ter uma estória para contar aos amigos, valeu por tudo.
De Pillcopata, atravessando a ponte - existiam duas, uma nova e uma velha, de madeira e ferro, em ruína com a vegetação a invadir as longarinas e a criarem uma atmosfera fantasmagórica - decidimos seguir junto ao rio. Um pequeno riacho que vai engrossando à nossa vista, passa Porto Maldonado e segue ate Nova Olinda, já depois de Manaus, levando água até ao Amazonas e ao Atlântico.
Pela floresta, voando ao nosso lado, borboletas enormes, de asas azuis, amarelas, vermelhas. Milhares! Iguais às dos pratos de casa de Arrifana, que vieram, igualmente, da Amazonia, em idos do outro século.
Com um calor abrasador, rapidamente ficamos encharcados com uma chuva que transformou a estreita estrada num rio. De um momento para o outro. E com a mesma velocidade, o sol abriu novamente e os casacos ficaram enxutos.
O almoço foi nas margens de um rio onde aproveitamos para tirar fotos a atravessá-lo. Antes disso, numa ponte, crianças brincavam, quase nuas, a atirarem-se para a água barrenta. Paramos, como os velhos no tempo em que eu tinha a idade deles, fui ao bolso, tirei uns caramelos e rebuçados, e ofereci. O Filipe e o Joan também. Foi uma alegria para eles! Depois tiramos fotos e eles adoraram ver telemóveis com máquinas fotográficas, de ver a sua cara reflectida num ecrâ.
Da parte da tarde, a passar novamente um rio, mais fundo e com uma corrente mais forte, pude testar a impermeabilidade das minhas botas. Fantásticas, excepto por cima e quando se está todo dentro de água!
No topo de um planalto, com a junção de dois rios e na fronteira entre as regiões de Cusco e Madre de Deus, abençoada, uma quinta onde se acolhem animais selvagens que sofreram maus tratos porque foram tratados como animais de companhia ou outros que ali vão parar, atropelados. Há locais a trabalhar lá e fomos encontrar duas alemãs, voluntárias, que tiraram férias para ir até ali trabalhar: a Jana e a Anna.
Entre uma simpática conversa em inglês, vimos jiboias, caimões, macacos, um papa-formigas, uma preguiça, javalis, tartarugas, e uma capivara e muitos papagaios.
Um trabalho memorável pela protecção e colocação dos animais novamente na vida selvagem. Tocou-nos e demos uma pequena contribuição para aquele projecto que é igualmente suportado por uma ONG alemã.
De volta a Pillcopata, foi tempo de irmos arranjar um tubo um PVC suficientemente comprido e largo. Para quê?! Para voltarmos à tribo de índios a buscar tudo aquilo que tínhamos visto.
Arcos e flechas das mais variadas cores e madeiras, colocados embrulhados em papel, dentro do tudo amarrado à moto. Assim resolvemos o problema de transporte e deixamos mais dinheiro para a comunidade.
De volta a Pillcopata, engalanada em honra da Imaculada Conceição, com gente em trajes típicos e com máscaras pagãs, uma procissão, fogo de artifício.
Uma festa na selva, onde vai toda a gente. Podemos ver carroceis e o bingo "lá do sítio", bebemos umas cervejas com as alemãs e jantamos com o Joan no "restaurante chique". Sopa, prata principal e bebida, 15 solers; ou seja, 1,38 euros a cada um.
Pela segunda noite, antes de ir para a cama fui verificar se não tinha mosquitos no quarto. É que os mais pequenos são do tamanho de bolas de golf e o barulho é idêntico a um helicóptero!





sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

6.12.16 - Cusco l Paucartambo l San Pedro

Comecou hoje a segunda viagem da viagem, dirigindi-nos para a selva amazonica e, segundo dizem, para o lado atlantico. Dizem; porque e tao longe.
Cedo partimos de Cusco em direccao a Pisac, sem saber o que nos iria aparecer pela frente: 30 km separam as duas cidades e o percurso e em asfalto; mas dai ate quase a chegada, daqui a tres dias em Cusco, nunca mais pisamos o manto negro; a noite de ontem foi muito agreste, com forte chuva, granizo e trovoada e nao sabemos se teremos caminho por onde passar.
Em Pisac, subindo pela estrada que leva ao parque arqueologico, deixamos o asfalto a esquerda e seguimos pela direita, por cima de uma fina camada de lama que contrariava todas as leis da fisica.
Uns quilometros assim, poucos, e apos cruzarmos uma aldeia parecida com as de Kusturica, com porcos, galinhas e patos a passearem livrementre pela estrada, entramos num troco de terra que fazia inveja a muitos trocos do WRC.
Com o Joan a deixar-nos a vontade, foi a fundo que seguimos montanha acima, ate para la dos 4000 metros.
Tudo o que sobe tambem desce e, empurrados pelo frio, fomos ate a tipica Paucartambo, onde almocamos. Em cima do rio, numa casa de uma "mamy", comemos uma sopa e carne acompanhada de batata doce e molho picante.
Daqui em diante a rede telefonica era algho inexistente e a neblina levava-nos para a amazonia.
Subindo uma montanha a mais de 3000 metros, fomos acompanhados na descida pela chuva e pelo aumento da temperatura ate menos de 1000 metros.
A paisagem, outrora arida, passou a um verde denso, povoada de ruidos tropicais de aves e insectos, flores de cores garridas e sinais de animais selvagens.
San Pedro mais nao e que um lodge no meio desta imensa estrada que percorre a selva, por baixo de arvores, cascatas e tuneis, e que alberga viajantes abastados.
No seu interior e possivel observar passaros de diversas especies e uma simpatica familia de macacos.
Deitado na cama, debaixo de uma rede mosquiteira, dentro de um bangalou de madeira, bem decorado, espero calmamente que um escravelho gigante me ataque, tal e o barulho que estas coiisas fazem.


terça-feira, 6 de dezembro de 2016

5.12.16 - Aguas Calientes l Ollantayambo l Pisac l Cusco

O sol veio saudar as montanhas masculina e feminina, e Aguas Calientes tinha uma luz linda as 6.30 da manha, altura em que apanhamos o comboio de regresso a Hidroelectrica.
Com o sol e calor, ao contrario da imensa chuva e nevoeiro do dia da vinda, esta viagem foi a disfrutar a paisagem: os desfiladeiros, os rios, as plantacoes de bananas. Paravamos a cada 10 minutos para tirar fotografias.
Pela estrada de terra entre Sta. Teresa e Sta.Maria, ainda havia vestigios da ultima campanha eleitoral, com dezenas de casas pintadas com cores, logotipos e slogans. Tirei fotos para o Ephemera, onde deverao ficar bem enquadradas.
Em Sta.Maria o asfalto regressou e o Joan disse para irmos a sua frente.
A partir daqui foi a disfrutar a conducao, levando a Kawasaki ao limite pelo encadeado de curvas, ate ao topo de Malaga, a 4315 metros de altitude.
Do alto observamos a beleza que nos foi tapada ha dois dias: a beleza da estrada que acompanha a montanha desde o topo ate ao sope, enquadrada com a paisagem, parecendo um rio, paralelo ao rio. O pico dos montes em nosso redor, a mais de 5000 metros, cobertos de neve, as alpacas a pastarem.
Bucolico, frio, sem ar, dava uma atmosfera unica e uma tontura e dor de cabeca que acelerou a descida ate Ollantayambo.
Uma sandes de abacate, tomate e azeitonas deu para enganar o estomago, antes da ida para Pisac, pelo Vale Sagrado.
Entre montanhas chegamos a tradicional vila, conhecida pelo famoso cuy no forno. O que e cuy? Um pequeno animal fofinho, algures entre um rato e um coelho que dizem ser muito saboroso. Dado o tempo que demora a preparar, ainda nao provamos.
Provamos a famosa empada tradicional e uma volta pelo mercado deu para encher a bagagem da moto de recordacoes cusquenhas.
Saimos de Pisac a fugir da chuva que, felizmente, so chegou quando ja estavamos no hotel. E que o ceu estava a cair em cima da nossa cabeca!






segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

4.12.16 - Machu Picchu

Como viram ontem, para se chegar a Machu Picchu nao basta querer: e necessario transpor serras, rios, florestas e estepes. De carro, moto, autocarro, comboio, para falar em tempos modernos, ou a pe, a cavalo ou burro, numa junta de bois ou outro meio de transporte de tempos idos, e algo que demora imenso tempo. A mesma ideia se coloca para sair de la.
Ha quem diga que os espanhois chegaram a Machu Picchu e que, por alguma razao, ja nao sairam.
Tudo isto para dizer que Machu Piccho, dado o seu isolamento, manteve caracteristicas unicas e uma intocabilidade que lhe dao um misterio especial. E dai este ponto ter sido aquele que, ainda em Portugal, eu e o Filipe colocamos como " seja por onde for, temos que la ir".
Por isso o dia de hoje foi algo especial porque nao foi apenas subir a um monte com ruinas. Foi como uma iniciacao dado todos os rituais que os Incas praticavam.
O nevoeiro era sebastianico, mas o Carlos, nosso guia cultural, tratou de nos colocar bem no centro da cultura dos seus antepassados.
A cada pedra ha um significado e ha pedras com os pontos cardeais espelhados pela aldeia para que os Filhos do Sol soubessem construir as suas casas segundo a orientacao do sol.
Observamos locais construidos para rituais do sol, da fertilidade, da Patchamama.
Entre lamas percorremos a zona agricula, em sucalcos, ate chegarmos a saida da aldeia onde uma ponte assegurava a seguranca dos habitantes.
E eis que, apos uma longa espera, o Inca decidiu levantar o nevoeiro e mostrou-nos Machu Picchu em todo o seu esplendor.
Regalados, depois de 7 horas a chuva, foi tempo de descer a Aguas Calientes.
Os meus problemas iniciais desde que chegamos a altitude ja se foram e, por isso, a gastronomia cusquenha foi a descoberta da tarde: uma sopa com vegetais e milho, batatas com ovos creme um pouco acido com sabor parecido com mostarda, molhos de ervas, sumo de quimo quente e cerveja cusquenha, preta e de trigo.
Ao jantar o Joan juntou-se a nos a volta de um frango assado mas as corridas e as viagens foram o prato principal.




domingo, 4 de dezembro de 2016

3.12.16 - Cusco l Ollantayambo l Malaga l Aguas Calientes

Deveriamos ter partido ontem de Cusco em direccao a Aguas Calientes. Mas os abusos da gastronomia local e a altitude atiraram-me para a cama do hostel a tomar imodium como se fosse pastilha elastica.
Cheios de vontade, com o sol a aquecer o corpo e a alma, colocamos as Shad na Kawasaki, conhecemos o Joan - nosso guia, GPS, mecanico e tudo o mais que precisarmos na viagem - e as 10 da manha arrancamos para a aventura Inca.
A 3200 metros de altitude, com o motor frio, foi com dificuldade que comecamos a progredir pelo empedrado cusquenho ate fora da cidade.
Pelo meio de um trafego constante de velhos camioes, autocarros e carrinhas com turistas fomos pela estrada asfaltada ate Maras, com as montanhas cobertas de neve ao fundo. Apesar de estarmos a 3900 metros de altitude, o frio nao penetrava no Alpinestar e nas calcas que, po acaso do destino, sao da linha Andes.
A estrada fazia uma curva apertada a direita mas nos seguimos em frente, no ziguezag de terra, montanha abaixo ate Pachar.
Nao havia transito mas as aldeias estavam cheias de perigos: galinhas, caes, porcos, burros e vacas. Para presepio so faltava o menino Jesus e nos eramos os romanos invasores!
No final dos 20 km da descida, retomamos o asfalto junto a um rio que nos levou a primeira paragem do dia: Ollantayambo.
A vila parece ter saido de um cenario das novelas da Record, com todas as tradicoes aon
 dispor do turista. Foi o tempo ir ao WC e prepararmo- nos para a chuva ate um policia vir ordenar a nossa saida - e das motos - da praca principal.
De Ollantayambo a Malaga foram quilometros infindaveis por uma estrada de montanha, ora tocando o ceu ora ficando entre autenticas paredes verdejantes.
Malaga fica a 4315 metros de altitude, ao lado do monte Veronica, a 5682 metros. Mas a nossa vista apenas chegava para ver, e mal, a luzinha vermelha da moto do Juan; a chuva e o nevoeiro eram mais que muitos e eu invejei o Nau integral do Filipe.
Uma paragem rapida, para os fumadores darem aso ao vicio e para podermos observar as reais condicoes de vida de algumas pessoas.
Na subida o motor 650 foi perdendo potencia e, por isso, foi com agrado que comecamos a descer. Primeiro devagar, com a estrada encharcada para, depois, andarmos a empurrar o Joan quando ja havia visibilidade.
Chegados a Santa Maria, no meio da estrada ao jeito de controlador de trafego, um homem indicava uma estrada a descer pelo lado esquerdo.
Nao era uma estrada, era um sonho de terra estreita, entre uma parede por vezes escavada e um pricipicio que dava para um rio. Parafraseando um conhecido piloto de ralis: "da fome antes de se chegar la abaixo".
Pela terra, com calor que obrigou a abrir a membrana goretex do casaco, com uma boa velocidade, alcancamos Santa Maria e, posteriormente por uma estrada onde nao nos era permitido circular, uma hidroelectrica que tinha uma estacao de caminho de ferro.
Motos guardadas, malas as costas e apanhamos um comboio que nos trouxe pela selva a Aguas Calientes, no sope de Machu Picchu.
Arranjar hostel, comer, domir. Amanha subimos a setima maravilha do mundo.




quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

1.12.16 - Cusco

Lima ficou para tras, envolta num manto cinza que vinha das montanhas e parava no oceano.
Sobrevoando os Andes num aviao multicultural, a cada montanha da cordilheira sentia um ressalto como se a suspensao fosse a bater. E a cada ressalto do aviao os Andes ambriam-se e mostravam a sua beleza.
La do alto, por entre o verde, pequenas aldeias ligadas por infidaveis estradas de terra, um carrocel de uma outra cultura que nos espera a partir de amanha.
Aterrar em Cusco e como aterrar numa favela gigante. Mas a medida que vamos entrando na cidade a sua beleza historica vai surgindo.
Esta calor e o sol queima.
Antes de almoco fomos ver as Kawasaki e conhecer o pessoal que as aluga: um latino e uma canadense, muito simpaticos que me deram os parabens pelo blog e pelas fotos.
Com dicas do que visitar, fomos ver a Praca de Armas e ao mercado.
Entramos numa igreja e de tao peculiar que era acabamos por assistir a uma cerimonia de adoracao do Santissimo.
A porta da igreja era lateral em relacao a nave e estava toda revestida de pequenos espelhos como se o objectivo fosse cada ver os seus pecados.
Ao fundo, atras de uma grade, um coro de freiras com uma voz celestial.
O padre, de costas voltadas para a assembleia, dizia as leituras, lembrando tempos idos.
Nao se podiam tirar fotos... Mas o rebelde que ha em mim soltou-se.
Cusco esta cheio de turistas e o ambiente e bom.
Ha muito que ver e provar. Ate ja!



30.11.16 - Lima

12 horas de aviao ao som dos Ja Fumega, de filmes que nunca tinha ouvido falar, a degustar comida de plastico acompanhada de gin tonico, a ler Dinis Machado e a Trevl , inspirando-me para o que ai vem.
Ontem o dia foi assim. Hoje foi muito diferente, com o cheiro do Peru a subir a mesa do pequeno almoco, quer nos sabores quer na conversa com a familia da Jenny, que tao simpaticamente nos acolheu.
De espirito aberto e estomago cheio, descarreguei a app da Uber e pagamos 20 solers por uma viagem comoda, ziguezagueando entre os milhares de carros de Lima. Destino: a Praca de Armas e o Palacio do Governador.
Entre a Catedral e igrejas, pelas catacumbas de Pizarro, observando ossadas e presepios de encantar, vimos tudo. Excepto o ouro. Pela conversa do pequeno almoco e pelo que ja presenciei, devera estar em Trujillo, Guadalupe, Sevilha ou Madrid.
Numa pequena volta pelo bairro central, depois da visita a um tipico cafe italiano do virar do Sec. XIX para o XX, uma manifestacao de reformados exigindo o pagamento da sua reforma. Homens e mulheres com expressoes vincadas, anos de trabalho a correrem pelas veias, suor de uma vida nao recompensada na velhice.
Apesar das palavras de ordem e dos capacetes dos policias, pacifico, dando para tirar fotos e conversar com o chefe da policia. Ele devera ter ficado a pensar que os turistas sao doidos porque em vez de andarem a tomar cafe nas esplanadas copiadas de outras cidades, andam preocupados com manifestacoes de "viejos".
Caminhando pela zona central, por avenidas compridas fechadas ao transito, engraxadores abrilhantam os sapatos como se de um espelho se tratassem, homens de colete verde trocam dinheiro em plena rua, exibindo macos de dolares e solers, vendedores de todo o tipo de produtos dao um colorido especial a rua.
Um arco chines, casinos, centenas de lojas com produtos e enfeites para o Natal indicam que chegamos a Little China. Elsas e Pais Natal de tamanho de adultos, arvores de plastico, todo o tipo de brinquedos para fazer a alegria da pequenada.
Com tanta caminhada, a fome apertou e nada melhor para ir provar a gastronomia local. Destino: mercado central, mesmo no meio de todas estas ruas apinhadas de gente.
Tripas e livros pendurados, pronyos a entrarem na panela com o feijao, pes de porco, costelo inteiro. As centenas, misturados com frangos ja depenados.
Do outro lado, congros, atuns, marisco de muitas especies. Ovas para fritar porque por aqui e assim que as cozinham.
Ao lado das bancas de peixe, bancas de restaurante. Coisa simples, destinado a quem trabalha por ali e eramos os unicos nao locais a comer sopa de camarao e ceviche. O director do mercado nao quer borrachos ali dentro e por isso a Coca Cola foi rainha ao apagar o fogo do rocotto e das algas. Edstavam muito bom mas com uma Deusa ianbem melhor!
O regresso a cada para buscar a Mary Gaby, nossa "guia" da tarde, foi feito num tradicional taxi. 15 solers entre bairros infindaveis desta metropole com 8 milhoes de pessoas.
Um parque destinado a fontes de agua artisticas e uma caminhada por Miraflores, a beijar o Pacifico, foi o programa do final do dia.
Para jantar, anticuchos, no bairro das artes de B



arranco, com o Pacifico a espelhar a lua e as luzes da cidade.