terça-feira, 16 de janeiro de 2018

16.1.18 - Madrid

Há meses que não escrevia.. deixei a viagem dos Açores a meio e quando regressei ao continente o trabalho era tanto e as complicações também que não tive vontade de escrever. Devia ter escrito. Peço desculpa.
Devia ter escrito sobre uma viagem  a dois, pelo Portugal profundo, de Oliveira de Azeméis a Mogadouro, com passagem em Freixo de Espada a Cinta, Barca D´Alva, pela Serra da Estrela, Piódão e paragem em Algés, por um serpenteado preto e fumegante, espelho da realidade do país. Devia ter escrito. Peço desculpa.
Devia ter escrito sobre Marrocos, desta vez em competição, por locais onde andei em Abril. Devia ter escrito. Peço desculpa.
Devia ter colocado mais uns pontinhos na imagem do blog, a assinalar o Peru e Marrocos; mas a preguiça...
Há dias pensei em fazer um blog novo de viagens; mas decidi manter este. Por acaso criei outro blog, sobre o Dakar, onde quase diariamente, com base no que vejo na comunicação social e nas mensagens que troco no WhatsApp com amigos que andam pela prova.
Regressando ao dia de ontem: Madrid. Estou cá a trabalhar e aproveitei a manhã para ir ao Prado e passear pelo Casco Viejo.


Entre inumeros chineses e crianças com uniforme de escola procurei "As Meninas", de Velazquez, o tríptico "The Garden of Earthly Delights", de Bosch, vi Goya muitos quadros impressionistas, renascentistas e da Escola Flamenga, com Rubéns e as suas mulheres à cabeça.
São obras da humanidade, com séculos de existência. No entanto, o que mais me impressionou foi a obra de Cai Guo-Qiang, um pintor que vem de onde nasce o sol, que desde criança sonhou com as obra do Prado e em 2017 inspirou-se nelas para, com pólvora, fazer uma explosão de cores, de salpicos, de sombras que transformam a arte.
Ao lado, a Igreja dos Jerónimos, com influência gótica e belos vitrais.
Com a alma cheia e o estômago vazio, caminhei do Prado em direcção às Portas do Sol e, pelo meio, no Museu dos Presuntos, deliciei-me com a gastronomia espanhola.
Nas Portas do Sol, o reclame tão característico do Tio Pepe saudou-me; e daí à Plaza Mayor foi um instante e o coração madrileño ficou mais forte.
Já tinha saudades de andar a deambular pelas cidades, em modo turista, despreocupado com o tempo, preocupado com a luz e a arquitectura, atento às pessoas e ao seu modo de ser.





 

Sem comentários:

Enviar um comentário