A alvorada no Alentejo é quando o sol começa a raiar porque, daí em diante, a temperatura só tem um sentido e é sempre a subir; e muito.
Empurrado pelos 29ºC às 9 da manhã, saí da pacata aldeia alentejana rumo a norte. Em vez de seguir pela Sertã e por Figueiró em direcção a Condeixa, optei por contornar a Serra da Estrela.
Deixando para trás a Rua Principal e as ovelhas do Ti Carlos, rumei a este e à aldeia de Montalvão. Lá de cima, do alto do seu castelo, uma paisagem soberba com o Tejo servir de fronteira entre Portugal e Espanha.
Por falar em fronteira, no largo da igreja uma pequena manifestação encabeçada por um espanhol que casou com uma portuguesa de Montalvão: a barragem de Cedilho, que as extremidades estão assentes em Portugal e que, no meio, tem uma ponte que liga a Espanha, serve de fronteira. A barragem é controlada pela Iberdrola e, da mesma forma, a fronteira; que actualmente só abre ao fim-de-semana. O simpático espanhol falou-me dessa situação e dizia que era caso único na Europa uma fronteira ser privada, controlada por uma empresa. Da mesma forma perguntava " Onde está o Espaço Schengen?".
Fui até lá e pude presenciar o que o homem me disse: cruzei a fronteira e o segurança da barragem disse-me que tinha que voltar durante domingo. Dei a volta à sua frente e segui caminho.
Cruzei o Tejo em Vila Velha antes das portas. Terra do Mestre Cargaleiro - não houve tempo para ver as suas obras ( nem de ir ao Museu em Castelo Branco, o qual já visitei duas vezes) - Vila Velha enche-se de histórias de princesas e disputas pelo controlo do rio. Tantas que a natureza teve que criar umas portas!
Pela N18 e N3 segui até Castelo Branco para, aqui, me perder pela Gardunha: em vez de ir pela N3, entrei numa estrada tortuosa. Em Alcains não havia placa nenhuma - pelo menos no domingo! - que indicasse a N3 e, entre cruzamentos, entrei na N352 que sobe e desce a serra. Sobe muito e desce muito, muita curva para a direita e a esquerda, negociadas em 2ª velocidade e sem espaço para colocar a 4ª até à curva seguinte. Se a ideia era abrir o apetite, foi conseguido.
Depois da saída do Fundão em direcção à Covilhã, redescobri um restaurante onde já tinha estada há 20 anos, ou mais: "O Mário". A viagem ainda era longa e, por isso, não abusei muito; regalei-me com um arroz de carqueja e provei um copo de vinho da casa.
Depois de almoço, continuando pela N3, o destino foi Belmonte e louvar Pedro Alvares Cabral e o achamento do Brazil.Belmonte, pelo navegador, pela sua história, pelos sefarditas que fugiram da capital do Império e de outras cidades grandes para, ali no interior, se instalarem e continuarem o seu culto, merece um lugar de destaque no turismo português. Uma vila de grande beleza e de encontro de religiões e saberes. Um sítio onde vale a pena ir todo o ano; mas deixo aqui uma nota: vá na Páscoa e fique os 3 dias pela região.
Com o sol a baixar de Belmonte segui direito a casa, sem mais paragens ou interrupções, pela A25 sempre movimentada.
Empurrado pelos 29ºC às 9 da manhã, saí da pacata aldeia alentejana rumo a norte. Em vez de seguir pela Sertã e por Figueiró em direcção a Condeixa, optei por contornar a Serra da Estrela.
Deixando para trás a Rua Principal e as ovelhas do Ti Carlos, rumei a este e à aldeia de Montalvão. Lá de cima, do alto do seu castelo, uma paisagem soberba com o Tejo servir de fronteira entre Portugal e Espanha.
Por falar em fronteira, no largo da igreja uma pequena manifestação encabeçada por um espanhol que casou com uma portuguesa de Montalvão: a barragem de Cedilho, que as extremidades estão assentes em Portugal e que, no meio, tem uma ponte que liga a Espanha, serve de fronteira. A barragem é controlada pela Iberdrola e, da mesma forma, a fronteira; que actualmente só abre ao fim-de-semana. O simpático espanhol falou-me dessa situação e dizia que era caso único na Europa uma fronteira ser privada, controlada por uma empresa. Da mesma forma perguntava " Onde está o Espaço Schengen?".
Fui até lá e pude presenciar o que o homem me disse: cruzei a fronteira e o segurança da barragem disse-me que tinha que voltar durante domingo. Dei a volta à sua frente e segui caminho.
Cruzei o Tejo em Vila Velha antes das portas. Terra do Mestre Cargaleiro - não houve tempo para ver as suas obras ( nem de ir ao Museu em Castelo Branco, o qual já visitei duas vezes) - Vila Velha enche-se de histórias de princesas e disputas pelo controlo do rio. Tantas que a natureza teve que criar umas portas!
Pela N18 e N3 segui até Castelo Branco para, aqui, me perder pela Gardunha: em vez de ir pela N3, entrei numa estrada tortuosa. Em Alcains não havia placa nenhuma - pelo menos no domingo! - que indicasse a N3 e, entre cruzamentos, entrei na N352 que sobe e desce a serra. Sobe muito e desce muito, muita curva para a direita e a esquerda, negociadas em 2ª velocidade e sem espaço para colocar a 4ª até à curva seguinte. Se a ideia era abrir o apetite, foi conseguido.
Depois da saída do Fundão em direcção à Covilhã, redescobri um restaurante onde já tinha estada há 20 anos, ou mais: "O Mário". A viagem ainda era longa e, por isso, não abusei muito; regalei-me com um arroz de carqueja e provei um copo de vinho da casa.
Depois de almoço, continuando pela N3, o destino foi Belmonte e louvar Pedro Alvares Cabral e o achamento do Brazil.Belmonte, pelo navegador, pela sua história, pelos sefarditas que fugiram da capital do Império e de outras cidades grandes para, ali no interior, se instalarem e continuarem o seu culto, merece um lugar de destaque no turismo português. Uma vila de grande beleza e de encontro de religiões e saberes. Um sítio onde vale a pena ir todo o ano; mas deixo aqui uma nota: vá na Páscoa e fique os 3 dias pela região.
Com o sol a baixar de Belmonte segui direito a casa, sem mais paragens ou interrupções, pela A25 sempre movimentada.
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