domingo, 4 de dezembro de 2016

3.12.16 - Cusco l Ollantayambo l Malaga l Aguas Calientes

Deveriamos ter partido ontem de Cusco em direccao a Aguas Calientes. Mas os abusos da gastronomia local e a altitude atiraram-me para a cama do hostel a tomar imodium como se fosse pastilha elastica.
Cheios de vontade, com o sol a aquecer o corpo e a alma, colocamos as Shad na Kawasaki, conhecemos o Joan - nosso guia, GPS, mecanico e tudo o mais que precisarmos na viagem - e as 10 da manha arrancamos para a aventura Inca.
A 3200 metros de altitude, com o motor frio, foi com dificuldade que comecamos a progredir pelo empedrado cusquenho ate fora da cidade.
Pelo meio de um trafego constante de velhos camioes, autocarros e carrinhas com turistas fomos pela estrada asfaltada ate Maras, com as montanhas cobertas de neve ao fundo. Apesar de estarmos a 3900 metros de altitude, o frio nao penetrava no Alpinestar e nas calcas que, po acaso do destino, sao da linha Andes.
A estrada fazia uma curva apertada a direita mas nos seguimos em frente, no ziguezag de terra, montanha abaixo ate Pachar.
Nao havia transito mas as aldeias estavam cheias de perigos: galinhas, caes, porcos, burros e vacas. Para presepio so faltava o menino Jesus e nos eramos os romanos invasores!
No final dos 20 km da descida, retomamos o asfalto junto a um rio que nos levou a primeira paragem do dia: Ollantayambo.
A vila parece ter saido de um cenario das novelas da Record, com todas as tradicoes aon
 dispor do turista. Foi o tempo ir ao WC e prepararmo- nos para a chuva ate um policia vir ordenar a nossa saida - e das motos - da praca principal.
De Ollantayambo a Malaga foram quilometros infindaveis por uma estrada de montanha, ora tocando o ceu ora ficando entre autenticas paredes verdejantes.
Malaga fica a 4315 metros de altitude, ao lado do monte Veronica, a 5682 metros. Mas a nossa vista apenas chegava para ver, e mal, a luzinha vermelha da moto do Juan; a chuva e o nevoeiro eram mais que muitos e eu invejei o Nau integral do Filipe.
Uma paragem rapida, para os fumadores darem aso ao vicio e para podermos observar as reais condicoes de vida de algumas pessoas.
Na subida o motor 650 foi perdendo potencia e, por isso, foi com agrado que comecamos a descer. Primeiro devagar, com a estrada encharcada para, depois, andarmos a empurrar o Joan quando ja havia visibilidade.
Chegados a Santa Maria, no meio da estrada ao jeito de controlador de trafego, um homem indicava uma estrada a descer pelo lado esquerdo.
Nao era uma estrada, era um sonho de terra estreita, entre uma parede por vezes escavada e um pricipicio que dava para um rio. Parafraseando um conhecido piloto de ralis: "da fome antes de se chegar la abaixo".
Pela terra, com calor que obrigou a abrir a membrana goretex do casaco, com uma boa velocidade, alcancamos Santa Maria e, posteriormente por uma estrada onde nao nos era permitido circular, uma hidroelectrica que tinha uma estacao de caminho de ferro.
Motos guardadas, malas as costas e apanhamos um comboio que nos trouxe pela selva a Aguas Calientes, no sope de Machu Picchu.
Arranjar hostel, comer, domir. Amanha subimos a setima maravilha do mundo.




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