Um percurso lindíssimo, num sobe e desce entre serras e vales, uma espinha dorsal do que deveriam ser as cidades e vilas mais importantes do país.
Saí de Oliveira de Azeméis às 8:30 da manhã, em direcção a Chaves. Não é importante, apenas descrevo porque foram quilómetros acumulados. A32 e autoestradas seguintes, a velocidade constante para não estragar os pneus da Transalp.
Às 10:30 o sol subia e aquecia o ambiente. Conduzia animado, contente por estar ali, cantarolava Chico Buarque na ecofonia do capacete.
A exemplo de como a estrada Nacional 2 surgiu, como um conjunto de várias estradas, retalho do país, também eu já tinha estado em vários locais da Nacional 2.
O mesmo em Vila Real, estive lá a correr aquando da visita do WTCC.
Descendo de Vila Real para Sta. Marta de Penaguião e o Douro, a Régua, pelo zigue-zague que percorre os socalcos do nosso melhor néctar. Também não fiz nenhuma paregem prolongada, apenas desfrutei a condução.
De Lamego segui para Viseu.
Se até aqui a Estrada Nacional 2 estava bem assinalada, depois desaparecem as placas, os marcos não são bem visíveis e parece que não há interesse turístico em manter este ícone das roadtrips. Custa tão pouco...
Em Viseu voltam a desaparecer as placas da Nacional 2. Mas com recurso ao GPS lá consegui encontrar o rumo e seguir para Tondela e, depois, Santa Comba Dão.
Se até aqui a estrada era em zigue-zague, depois de Viseu a estrada entrou num eixo mais certo rumo a sul.
Em Santa Comba foi tempo de voltar a atestar o depósito para, quilómetros depois e após a Aguieira, parar junto ao Mondego, em Penacova, para tirar fotos.Góis, Castanheira de Pêra, Figueiró dos Vinhos. Nomes do Rali de Portugal, por onde passei, com que sonhei, em tempos, realizar em carros de competição.
Por falar em nomes, a Nacional 2 está repleta de nomes das nossas piadas: "Colo do Pito", "Picha", "Venda da Gaita", "Escalos de Baixo". Até nisto o percurso é rico!
De Góis até Pedrógão o zigue-zague voltou; de tal forma que, sabendo que deveria rumar a sul, pela posição do sol andei muitos quilómetros para norte, este e oeste.
Cruzei o Zêzere na Barragem de Cabril e, de lá, vi o sol a baixar por entre pontes. Um escarpa separa a antiguidade da modernidade, como que a altura que separa as pontes sejam a diferença civizacional. Será?!
Na Sertã as iluminações de Natal davam um brilho diferente ao rio, com muitas famílias a aproveitarem o fim do dia de inverno para passearem..
O sol ia-se pondo atrás das montanhas e o frio passava o casaco e as calças.
Debaixo de um céu avermelhado, com as estrelas a começarem a aparecer, cruzei Vila de Rei em direcção a Abrantes.
Nove horas e meia depois de começar a andar, parei. Quase 600 km depois de sair de casa é tempo da moto descansar; e eu também. Amanhã deverei chegar a Faro.
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