segunda-feira, 4 de maio de 2015

4.5.15 - Copenhaga | Hamburgo

Ao final do dia de ontem, uma vez mais, fui dormir uma sestinha e depois jantar.
Quando procurava um restaurante a um preço acessível – missão quase impossível em Copenhaga – vi um cartaz de um club de Jazz. Entrei, saí a correr para ir comer a primeira coisa que aparecesse à frente, e voltei a entrar para assistir a uma jam session, à moda antiga.
Um saxofonista e um contrabaixista fixos e a bateria e a guitarra iam rodando. Muita qualidade! O bar estava cheio até à porta, até não caber mais gente e todos a vibrarem com a música .
Com isso deitei-me mais trdo do que queria mas acordei à mesma hora: sete da manhã.
Ao contrário do que tem sido hábito, hoje a chuva brindou-me e, por isso, a viagem foi bastante molhada. Antes de sair do hostel vesti o fato de chuva para não ficar encharcado. Parecia um chouriço mas,  pelo menos, estava seco.
Com a chuva e, sobretudo, com o muito vento que se fez sentir – cheguei a andar quase a 45 graus em plena auto-estrada – tive que alterar o plano de viagem. Assim, em vez de ir por Odense e cruzar a maior ponte da Europa ( é o que dizem, mas eu desconfio sempre quando me dizem “ a maior qualquer coisa” ou “o melhor do mundo” ), fui por Rodji, poupando 140 km e podendo evitar complicações de maior. Ou seja, o percurso de sexta-feira. Nas corridas sempre soube que para ganhar é necessário terminar; aqui, para poder escrever as aventuras no final do dia, descansado, no hotel,  tenho que chegar bem até ele. Por isso, em  nome da segurança, alterei a rota.
No percurso que liga Copenhaga a Hamburgo cruzei-me com os camiões da Volkswagen e da Peugeot das equipas suecas do mundial de Rallycross; também estive parado porque uma carrinha ardia em plena auto-estrada e cortaram o trânsito.
Mas o pior de tudo foi mesmo o vento. Com o peso monstro da Triumph, tinha que manter a concentração ao máximo porque a moto, muitas vezes, literalmente seguia ao favor do vento, cansando-me física e psicologicamente.
No ferryboat foi tempo de tirar as últimas fotos com a moto decorada, já que chegdo a Hamburgo fui devolve-la à Triumph.
Quando cá estive na quinta-feira, o taxista aconselhou-me a desmarcar o quarto que tinha no Ibis e a procurar outro no centro da cidade. Assim fiz, marcando o hostel mais barato que encontrei.
Entre casinos, cinemas porno, sexshops, frutarias de africanos, kebab e outros hotéis duvidosos, fica o meu.
Aqui ouve-se um francês cerrado do Gana ou do Mali,  vêm-se burcas como no Afeganistão, o melhor ( ou pior) da Europa de Leste, todo um submundo de multiculturalidade que faz de Hamburgo a cidade livre que sempre foi.
A tonalidade exterior do hotel é azul água mas por dentro predomina o vermelho, rosa e preto, com alcatifa com motivos florais e papel de parede a tender ao antigo. Abundam espelhos dourados, estátuas de nus e fotografias “artísticas” de, igualmente, nus. Num dos andares tem um móvel antigo com várias posições do Kamasutra e as paredes são de couro e veludo.
Pela primeira impressão, tenho  certeza que fotos deste hotel entravam directamente naqueles livros da Taschen, tipo "Motel Festiche".
Pela cara de outros hóspedes, há uns tantos que vieram, como eu, ao engano; depois há os outros, que parecem clientes habituais.
Como diria um amigo meu numa situação destas: só passo a noite sozinho se quiser. Medo!
 

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