domingo, 18 de outubro de 2015

18.10.15 - Cairo

Ontem regressei ao Cairo. Quase um ano depois de terminada a aventura do Cross Egypt Challenge, decidi voltar cá para fechar este primeiro ano de viagens aventura.
"Alexandria Cairo: um ano de aventuras".
Poderia ser o título de um livro, sobre tudo o que se passou ao longo de 12 meses. Por isso, voltei.
A viagem, proporcionada pela Agência Paraíso, teve como rota Barcelona, seguindo, depois, para a capital egípcia.
Como é um reviver o passado, ontem, à minha espera no aeroporto, estavam o Drew e a Michele. Beijos, abraços, contar as novidades e um pouco da história portuguesa, a caminho de casa da Lori e do Joe, para ficarmos nos próximos dias.
Hoje de manhã acordei na calorenta e barulhenta cidade do Cairo; tanto que parecia que tinha começado uma revolução na janela do meu quarto; só depois percebi que era um colégio e  eram apenas miúdos a brincarem.
Primeiro dia, primeiro destino: downtown.
De Metro, por uma libra egípcia, depressa chegamos a Coptic Cairo, para ver algo maravilhoso: no mesmo lugar, separados por poucos metros, uma igreja ortodoxa, em honra de São Jorge, uma sinagoga, um cemitério católico e os árabes em volta disso, dentro da Fortaleza da Babilónia.
A compreensão, o diálogo ecuménico de séculos, presente ali à minha frente, à vista de quem quer ver.
A igreja de São Jorge remonta ao século X  e são construções sem cima de construções, mostrando vários traços, desde a época romana a ritos maçónicos, contando a ajuda do patriarcado grego para manter a sua beleza.
No cemitério, como nos nossos jardins, shoppings ou cinemas, vários casais de namorados. Uma forma de ocultar o amor, a paixão, de olhares menos complacentes.
Debaixo de tudo isto, o Bazar do Cairo, com todo o tipo de antiguidades que se possa imaginar, desde peças em osso de camelo a prata, passando por artefactos em madeira e fotos antigas.
Do outro lado da rua, o normal por estas bandas: pessoas a venderem e a comprarem de tudo, desde frangos a tâmaras, passando por roupa, utensílios, dvd´s. Caras estranhas, caras sorridentes, caras desconfiadas; o que fariam ali 3 ocidentais?! 
Debaixo de um calor abrasador, caminhamos até sermos convidados a entrar num antiquário pelo simpático George. George fala 12 línguas, herdou o negócio do pai e estava feliz porque lhe tinha nascido a segunda filha.
Por isso, bebemos chá com ele e pude comprar, sem ele estar a lucrar ( dada a alegria do nascimento!), uma cruz em madrepérola.
Depois de uma demorada conversa com o recente pai,  tomamos o Metro e descemos até à Praça Tahrir.
Ali, as ruínas do Sheraton entre os imponentes Hilton, Ritz e Intercontinental, são as únicas marcas de 2011.
Por falar em Ritz, com o calor e o cansaço a apertarem, nada como uma cerveja e um Angus Hamburger no bar do hotel. 42 euros!
Saindo do Ritz já o sol se ia, tal qual um Working Class Hero, mais pobres do que tínhamos chegado, apanhamos o apinhado Metro até casa.
Por vezes não parece, mas isto é África e eu adoro!



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