O Cairo continua quente, até os egípcios se queixam do tempo porque, nesta altura do ano, já deveria estar mais fresco.
Por isso, foi com esforço que vesti umas calças de ganga para ir até ao centro do Cairo. Porquê? A meio do percurso delineado havia uma ( acabaram por ser duas) mesquita e não poderia entrar de calções.
Assim, a meio da manhã fui com o Drew até ao Grande Bazar - Khan el-Khalili. Foi toda uma diversão: parecíamos duas mulheres a desarrumar as lojas e a não comprar nada, a regatear preços com a veemência de uma disputa entre árabes e judeus, a divertirmo-nos com o que dizíamos, a falar árabe com os mercadores; toda uma festa!
Desde lenços a perfumes, passando por especiarias e peças em cobre, experimentamos de tudo um pouco. Os bazares, por estes lados, têm a mística das feiras das nossas vilas, misturados com uma mescla de produtos que são exóticos para os ocidentais. Com a cor dos produtos e a música das palavras, é mesmo uma alegria.
Em Khan el-Khalili entramos numa mesquita e, à saída, fizeram um peditório para ajudar à conservação da mesma. Eu não dei dinheiro porque já tinha gasto tudo nas poucas compras que fiz; o Drew contribuiu. Saiu a piada política do dia: foi isso que disseram ao Bush pai, que era apenas para a mesquita.
Almoçamos por ali, num restaurante que servia koshari e kebab. Comemos kebab, juntamente com os outros egípcios da classe trabalhadora; picante como estava, sabia bem uma cerveja... mas não há cá disso; pena!
Como sobremesa, uma longa caminhada desde a parte islâmica da cidade até à cidadela.
A cidadela fica lá no alto, servindo as grandes muralhas para proteger uma lindíssima mesquita turca, em alabastro, mandada fazer pelo rei Mohammad Ali e terminada pelo seu neto Farouk, o último rei do Egipto, antes da revolução de 1952.
Da cidadela vê-se toda a cidade, toda a confusão vibrante que é uma cidade com 22 milhões de pessoas. Uáu!
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