domingo, 14 de agosto de 2016

Levantar âncora

É altura de zarpar, de levantar âncora e de sair à conquista. Viajar e isto mesmo: é viver, é mudar, é sair da zona de conforto - como dizem os livros de auto-ajuda e são repetidos vezes sem conta por esse mundo fora -, é experienciar, é conhecer.
Em grupo, em família, sozinho; com uma viagem extraordinariamente organizada pela Agência Paraíso ou à aventura; de mochila às costas ou com passadeiras rolantes para entrar em sumptuosos hoteis.
Amanhã é o dia!
Depois de marcar e desmarcar vezes sem conta uma viagem de verão, depois de apontar ao norte, ao este e a sul, depois de nada ter, olhei o mapa: Galiza.
Uma costa recortada, carregada de micro praias e uma gastronomia rica em peixe e marisco.
O objectivo é chegar à Praia de Catedrais, percorrendo toda a costa e fotografando todos os faróis que encontrar. Depois; bem, depois poderei seguir até Santander e ir aos Picos. Ou regressar directamente pela Sanábria e visitar Trás-os-Montes.
Sem nada marcado, apenas com a minha bagagem e o depósito cheio, vai ser uma aventura.
Nas malas laterais da moto levo aquilo que espero não utilizar: óleo de motor e de corrente da eni, mala de ferramenta, fato de chuva e botas da Alpinestars e, pela mestria e aconselhamento do meu amigo Rui Baltazar, cintas de amarração e uma garrafa de 1.5 l de água.
No topo, dentro de uma Shad impermeável, a minha roupa - umas camisas de tecido de secagem rápida, duas calças, roupa interior, toalha, calções de banho -, o estojo de higiene, e um saco cama da Monte Campo porque não faço a mínima ideia onde vou pernoitar.
Na Shad do depósito, as maquinas fotográficas, uns binóculos e, para o caso da fome apertar, umas conservas de bacalhau da Liporfir para a merenda - as cañas e o pão arranjo pela viagem;.
Novidade nesta viagem: levo uma cadeira que se enrola num tubinho. Porquê? Bem, se é uma viagem para contemplar paisagem, ver escarpas e arribas, o pôr-do-sol no Golfo da Biscaia, convém estar bem instalado.
Além de tudo isto levo a máscara de mergulho e toda a documentação que me pode permitir mergulhar.
Parto amanhã. Regresso para a semana; mais dia menos dia.
Até lá vejam o blog ou acompanhem no Instagram e Facebook.
 É sempre bom saber que há alguém à escuta.

10.8.16 - Lisboa | Évora | Alcáçovas | Alcácer do Sal | Lisboa

Portugal arde e as imagens da TV chegam até à varanda de casa, com o incêndio de zona de Loures a afogar Lisboa em fumo.
"Que farei quando tudo arde", de Sá de Miranda, de Lobo Antunes, um retrato de um país visto por várias pessoas. Tão actual o título como o conteúdo: as minhas viagens - apesar de não ser filho de um travesti - num país que se consume diariamente num fogo físico, mental, corrupto. Serão as viagens um ponto de partida? Um ponto de fuga? Serão, certamente, uma forma de estar.
Fugindo do fumo de Lisboa cruzei a ponte Vasco da Gama e, ao chegar à outra margem, dezenas de homens debatem-se com a lama para chegar às suas embarcações; a pesca no Tejo, o trabalho dos marnotos do Samouco, a seca do bacalhau, contrasta com a ponte e o pós-moderno Freeport.
Depois da ponte, o caminho é pela lezíria em direcção a Montemor. Pelo meio ficaram Pegões, Vendas Novas e as suas famosissímas bifanas, toiros e cavalos que povoam a paisagem.
Em Montemor conheço o L`and Vineyards, ainda do tempo da Estrela; mas a palavra contenção tem que existir no meu dicionário e, por isso, o castelo ficou para trás e rumei à fortificada Évora.
Com a moto parada entre tantas outras no Giraldo, cada uma com a sua história para contar, é obrigatório, como Vergílio, percorrer as arcadas, mirar o Central, e prosseguir até ao 1/4 para as 9. Fechado!
Uma sopa de cação e um fino, ou imperial, foi o repasto antes da segunda tirada do dia. Mas primeiro, uma ida obrigatória ao Templo, a pé, ao abrigo da sombra, recordando tempo passados na vila romana.
Na moto, como um cavaleiro destemido e sem o casaco da Alpinestars, prossegui a grande velocidade até Alcáçovas. Entre o amarelo da paisagem, da palha seca, de azinheiras plantadas de onde em onde, de porcos na terra e cegonhas no ar, apesar do calor infernal, não vi ponta de fumo; apenas um azul lindo por onde o sol beijava a Terra.
Na vila que ficou reconhecida pelo chocalho, ao passar na loja em que comprei o meu, buzinei e levantei a mão em sinal de cumprimento.
De Alcáçovas a Alcácer do Sal foi outro instante entre as longas rectas e curvas feitas a grande velocidade, até que o Sado se abriu em toda a sua plenitude.
Passada a ponte de ferro, a Ponte Velha assente em carlingas e longarinas, o espelho de água do rio, à direita, e as dunas que nos levam à Comporta, à esquerda. Corvos marinhos, garças, juncos.
O sol deita-se sobre a água e o barco espera-nos em  Tróia.
Lindo este Portugal sem que o fogo o consuma.
A viagem foi rápida, apesar de demorar o dia todo; fi-la a olhar a paisagem, os montes, os riachos, os animais. Sem grande preocupação com fotografias ou em falar com locais.
Foi algo só para mim.







sexta-feira, 12 de agosto de 2016

8.8.16 - Sintra | Cascais

Sintra é uma terra mítica: Byron e Eça escreveram magistralmente sobre ela, encantou Ferreira de Castro e Lou Reed; tem o Lawrence`s na Vila e, lá do alto, espreitam a Pena, os Capuchos, a Regaleira.
Sintra é uma terra de sonho e para quem, como eu, viu o rali de Portugal praticamente desde que nasceu, Sintra é uma terra nostálgica: o ecoar dos motores dos Porsche, Fiat, Audi, Lancia; Röhrl, Toivonen, Blomqvist, Vatanen não seriam quem são se, inevitavelmente, os seus nomes não estivessem igualmente ligados aquele enclave verdejante e rochoso, entre a região saloia e o Oceano Atlântico.
Passado o Autódromo, poucos quilómetros à frente, virei à esquerda para a Lagoa Azul.
Viseira fechada; rotação da Transalp no red line; 5, 4, 3, 2, 1: partida!
Descer a fundo para a Lagoa Azul, aproveitar a estrada toda, fazer trajectória, travar com o punho para, quando inseria a moto na curva, dar um toque com o travão de pé para a fazer escorregar. No "s" direita-esquerda pensei "foi aqui" - e não existe um memorial ou uma simples placa; ervas que crescem na berma e que tentam tapar a memória de um dia que mudou a história do desporto automóvel.
No final da descida, com a barragem do lado direito e garranos do lado esquerdo, foi tempo de embalar a moto porque a subida ia ser longa. O vento soprava no novo NAU N90 entre as 6.000 e as 7.000 rotações; trocar de caixa, mais uma com um grito rouco do metal.
No cruzamento para os Capuchos, entre muros e a floresta de aveleiras e azevinho, mais uma vertiginosa viagem até ao saca-rolhas da Pena.
Sintra pode ser muita coisa e, para mim, é também isto: velocidade.
E foi com velocidade que passei a vila, cheia de turistas e autocarros e tuk tuk; cruzei a serra e fui em busca de outra Sintra: a das praias, das escarpas, de faróis e vista até onde o horizonte alcança.
Nas Maçãs, não as Maçãs que conheci pela pena de Lobo Antunes mas outra bem mais multicultural e popular, entre banhos de água gélida, uma montra cheia de lavagantes e lagostas, bichos de perdição.
Na Praia Grande, uma cena que se repetiu..
Descendo para a Adraga, mesmo a chegar ao minúsculo parque de estacionamento da praia, um caminho pedestre do lado esquerdo apresentou-se como a forma de chegar às praias de Caneiro, Ursa e à maravilhosa vista sobre o Atlântico, lá do alto das escarpas.
Com uma bigtrail, no seu terreno de eleição, foi com facilidade que transpus os quase 2 km de subida entre calhau e pista de areia barrenta.
Lá do alto uma vista de cortar a respiração; com duas cadeiras de plástico deixadas por alguém, para um confortável contemplação.
Com os olhos e a alma repletos, com o sol a baixar do lado direito, foi tempo de fazer a estrada do Cabo da Roca - imortalizada por James Bond - e ver o sol a beijar o mar no Guincho. 
Vale a pena ir. Muito!
Sem emoção e para ficar confortavelmente instalado no Penha Longa ou viver as aventuras do Eça no Lawrence´s... a Agência Paraíso trata de tudo.




segunda-feira, 25 de julho de 2016

23.7.16 - Sesimbra

Estou apaixonado pela região de Lisboa: a natureza, a paisagem, a gastronomia, as pessoas. Depois de ter descoberto a Serra da Arrábida, dos banhos na Comporta ou as ondinhas de Sintra, voltei à capital e subi e desci o Bairro, revi locais, fui à Rua Rosa descobrir o "Sol e Pesca", deliciei-me na "Tasca da Esquina", do Vitor Sobral. Em Carcavelos, visitei o novo espaço do Alex, o "Sushi Toro", e saboreei um peixe fresquíssimo.
Em todo o sítio tive o mar à mesa: cru, em conserva, ou cozinhado da forma mais simples à mais delicada. Deliciosamente em todos eles.
Sendo eu um amante da natureza e do mergulho, além do mar à mesa, tinha que ver a vida que este mar tem. Assim sendo, fui uma vez mais até à Península de Setúbal, a Sesimbra, para ver a natureza no seu estado selvagem.
Com os mergulhadores do Cipreia, dirigi-me ao River Gurara, um cargueiro nigeriano afundado a 26 de Fevereiro de 1989, a sul do Cabo Espichel, num dos que foi considerado dos maiores acidentes marítimos dos últimos anos em Portugal: metade da tripulação morreu, sob o olhar de todos que nada conseguiram fazer. Hoje é um dos pontos obrigatórios do mergulho em Portugal e está entre 16 e 25 metros de profundidade.
Usando nitrox, entrei no gélido Atlântico para descobrir o porquê de, na superfície, haver uma gastronomia tão rica: um ruivo deu-nos as boas-vindas, com as suas barbatanas bem hirtas. Atentos ao fundo do mar, como fuçando a areia, salmonetes. Uma garoupa bem grande decidiu aparecer e, dentro dos seus fundo buracos, a cabeça esguia e o olhar atento de três safios.
Num segundo mergulho, mais junto à simpática vila piscatória, uns quantos polvos e, estando nós em Sesimbra, cardumes de sardinhas.
Faltou aparecer um lavagante, que estava prometido; mas a preguiça deve tê-lo feito ficar no buraco em vez de vir saudar as pessoas. Mal educado!
Antes de rumar à capital, ainda houve tempo de no "Formiga" e com vista para toda a baía, me regalar com choco frito e salada de búzios, além de navalheiras e lambujinhas.




segunda-feira, 18 de julho de 2016

16.7.16 - Aldán | Limens


O Homem, modo geral, traça vários "riscos vermelhos", como agora se diz, no que concerne a níveis de adrenalina, de sentir ou se fazer sentir fora-da-caixa, de conhecimento.
Para muitos, conduzir depressa, voar, andar a cavalo, fazer escalada ou mergulhar, são actividades impensáveis. Há tantos outros que apenas se sentem completos com esse espírito de aventura.
Eu gosto de tudo isso e muito mais; por isso, quando comecei a mergulhar, tenho tido o prazer de, mergulho após mergulho, ver mais vida sub-aquática, melhorar as minhas capacidades, tornar-me um melhor buddy. E, para isso, a ajuda do CCD Porto tem sido fundamental.
Mergulhar com a malta do CCD não é apenas mergulhar: é toda uma romaria de quem gosta muito do mergulho mas gosta, ainda mais, da camaradagem, do convívio, de enriquecer o seu dia-a-dia em torno de uma paixão.
Por isso, pela enésima vez a um sábado, fomos de malas e bagagens para a Galiza. Destino: Aldán e Vigo.
Aldán é uma das muitas praias em enseadas das Rias Baixas, onde proliferam artefactos de pesca e empresas ligadas a actividades piscícolas.

Num areal branco que transforma a praia numa autêntica blue lagoon das caraíbas, fizemos uma saída de praia para melhorar capacidades de navegação e observar a fauna e flora sub-aquáticas.
Sítio lindíssimo mas além de um cavalo marinho que parecia morto - toquei-lhe e ele nem relinchou!! -, apenas um cardumes de salemas e peixes juvenis.
Apesar do potencial azar do primeiro mergulho, o espírito criativo do CCD fez-se sentir: numa esplanada, com muitas cañas a acompanhar, o nosso farnel e umas tapas de polvo, mexilhões e canilhas. Delicioso!
Ao final do dia, iluminados a oeste pelo maravilhoso pôr-do-sol e a este pelas luzes da festa em honra de Nossa Senhora do Carmo, zarpamos rumo a Limens, uma enseada em frente às Ciés e aos mexilhoeiros.
Antes do sol desaparecer completamente e deixar a escuridão invadir a água, ainda houve tempo para uns mergulhos, para nadarmos, brincarmos, tirar fotos.
Quando já não se vislumbrava vivalma, foi tempo de ligar as lanternas e descer: no meio do escuro, por mais pequeno que seja um ponto de luz, é um sol em nosso redor. Com a incidência das luzes, as cores sobressaem o vemos um jardim à nossa volta.
Cavalos marinhos, solhas e um lavagante fizeram-nos companhia a 9 metros de profundidade.
O regresso a Vigo, no pequeno bote de borracha, foi digno de sorrisos de Sonny Crockett e Ricardo Tubbs depois de desvendarem mais um caso na quente Miami.




sexta-feira, 15 de julho de 2016

10.7.16 - Arrábida

O importante nas viagens é ir. Ter vontade e ir por aí, não importando se é de carro, moto, autocarro, bicicleta, a pé. O acto de viajar é, primeiramente, mental; só depois é que vem o meio.
Nesta questão de ir, não importa onde se começa e onde se acaba. Importa o conteúdo, a felicidade,  a partilha; a vontade de ir mais longe.
E para viajar, pela natureza, pela história, pela gastronomia, pelas pessoas, não é necessário sair de Portugal. Temos sítios lindíssimos que merecem ser visitados e conservados.
A Serra da Arrábida é um desses locais: encravada entre o Atlântico e o deserto da margem sul - local de habitação de gente que veio do Alentejo e de África a seguir ao 25 de Abril - , terra de pescadores, ferroviários, de gentes da CUF que deram vida ao Barreiro, Seixal, Trafaria, de homens do campo; e artesãos, artistas que encontraram um pequeno paraíso às portas de Lisboa. Ao fundo Tróia e a areia límpida, ao perto escarpas e florestação, promontórios tão belos que sustêm a respiração.
Visitar a Arrábida não tem uma ordem certa. Eu comecei a visita pela Fonte da Telha e o seu enorme areal com as casas a invadirem as dunas e a areia a cobrir o pouco asfalto que existe.
Entre redes e outros artefactos da faina, tasquinhos com peixe fesquíssimo, apanhado ali à linha e grelhado num fogareiro ao nosso lado.
Não havendo estrada para seguir em frente - tendo ficado a promessa de uma caminhada pelo areal até à lagoa - é necessário ir quase até Fernão Ferro e seguir pela N 377. Aí vale a pena ir à Aldeia do Meco e ir virando nas várias estradas e vielas que nos encaminham para o areal, a lagoa ou a mata.
No final da N 377, em Sesimbra, é obrigatório uma ida ao Cabo Espichel.
Abandonado, inóspito - começaram recentemente a recuperação - , tem a magia de um grande local de peregrinação do passado, um sítio onde a história deixou a sua marca.
Em baixo, vertiginosa, a Baía dos Lagosteiros. No topo, um farol que ilumina os navegadores.
Em redor, desde o século XIV, a Ermida, a Igreja da Nossa Senhora do Cabo, a Casa dos Círios, a Casa da Água, o Aqueduto.
Recondito, apaixonante, fui lá encontrar um grupo de motards espanhóis que partiram das Astúrias em busca do belo Portugal.
Regressando a Sesimbra, é obrigatório entrar na M 525 e, depois, a N 379-1, num zigezaguear constante, entre a escarpa e o mar, num verde azulado lindo, que nos leva emocionantemente, serra abaixo, até ao Portinho da Arrábida.
Descendo por um "saca-rolhas" digno de Laguna Seca, por entre um muro que diz que Sebastião da Gama viveu ali e "O sorriso do mar! Ó búzio longo", avista-se, por entre as arvores, a pacífica baía, postal ilustrado do paraíso na Terra. Meia dúzia de casas e restaurantes, apoiados em estacas já pelo mar, pitoresco é o que mais apetece chamar.
Apesar de gélida, a água convida a um mergulho; e usando uma máscara e barbatanas, é vida que nada debaixo dos nossos corpos.
O Portinho é um lugar digno de amantes, de férias de verão e das suas paixões, ao que eu termino os versos de Sebastião da Gama acrescentando "Eu não quero cantar-te, minha Amante, | Minha Mãe, minha Irmã, minha Senhora; | eu só quero entender-te toda a vida | como te entendo, Serra! nesta hora.". 
Com o pôr-do-sol a surgir no horizonte, há duas hipóteses para terminar a ronda pela Arrábida: choco frito e salmonetes em Setúbal ou queijo, tortas e vinho em Azeitão.
Qualquer uma delas, uma excelente escolha.






sábado, 11 de junho de 2016

10.6.16 - Ilhas Ciés

Um ano e 20 mergulhos depois, regressei às ilhas Ciés, paraíso galego, muralha natural de Vigo contra as intempéries do atlântico, local onde fiz o primeiro mergulho de mar.
Tinha saudades de mergulhar, de sentir vida e água salgada; aquela emoção de "saltar no abismo" profundo.
O trabalho na Loba intensifica-se, as corridas e trabalho em autódromos também; a cama chama mais forte e a preguiça que há em mim gosta de aparecer. Uns mergulho menos conseguidos em Fevereiro e Março andavam a "chatear". Tinha que ser, só me sentiria feliz se fosse mergulhar.
Com a malta do CCD, companheiros de quase todos os mergulhos, saímos do Porto e rumamos a Vigo onde o barco nos esperava.
Num mar picadinho, pelas rias Baixas, passando por traineiras, cargueiros e transatlânticos, chegámos a Príncipe, o primeiro spot de mergulho. Águas límpidas e azuis, a 20º, faziam lembrar outros locais mais a sul.
Lá em baixo a 9 metros e após a ambientação normal ao meio aquático, um nudibrânquio, pequenino, azul escuro e claro, com risca amarela, perdido no meio da imensa areia do fundo.
A seguir, uma pequena moreia, com a sua boca aberta, aguardava-nos.
Com boa visibilidade, ao longe, avistavam-se sargos e alguns budiões.
Um chá quente e algumas bolachas entretiveram-nos antes do segundo mergulho, em Viño.
O sol estava encoberto pelas nuvens e a temperatura da água baixou; nada que tivesse estragado a qualidade do mergulho.
Excelente visibilidade, num autêntico jardim subaquático e polvo. Imensos polvos: pequenos e grandes, cheios de força agarrados às rochas e sem medo de nos enfrentarem. Nunca tinha visto tantos ao mesmo tempo; nem no supermercado.
Na hora de regresso os sorrisos e as aventuras eram mais que muitos, debaixo de um pôr de sol tímido mas extremamente belo.