Pouco mais de 50 Km distanciam Jabiru de Cooinda; mas o dia de hoje e a sua extensão é muito superior a isso.
As Wet Land estão na época seca e, por isso, passamos imensos riachos e rios sem nenhuma água ou aspecto que lá tenha existido. Mas as marcas na estrada, idênticas às marcas com a altura da neve, são impressionantes. Na altura da monção, muitos dos sítios onde passamos estão completamente submersos, com mais de dois metros de água.
O segundo percurso foi para ver pinturas rupestres com mais de 6.000 anos; tantas e tão perfeitas como se tivessem sido feitas ontem.
Neste percurso subimos a um ponto elevado e tivemos a percepção da extensão das Wet Land.
Entretanto era hora de almoço, não só para nós!
Assim, como num qualquer rali, centenas de pessoas acomodam-se nas margens, de farnel, "perto da emoção, longe do perigo", a ver a agilidade do réptil a apanhar o peixinho e a ouvir os dentes a esmagar a espinha do dito cujo com a facilidade que nós esmagamos uma bolacha de água e sal.
Da parte da tarde fomos por uma estrada de terra batida até Gubara. A ideia era ver uma espécie de piscinas naturais junto ao Burdulba Creek.
Depois de 9 Km de carro e mais 3 Km a caminhar, chegamos a um sítio deserto, inóspito, que tinha tanta água como o jacuzzi de Airlie Beach. Mas uma areia tão branca, criando um cenário magnífico. A vontade de experimentar aquela água era ais que muita mas havia sinais por todos os lados que podiam haver "olhos de vidro".
Nova caminhada até ao carro, com uma temperatura a rondar os 39ºC, seguindo-se, depois, para Nourlangie.
Nourlangie é um pântano onde andavam centenas de pelicanos, patos, garças e outras aves das mais variadas cores.
Tudo calmo e sereno, com os pelicanos a nadarem todos juntos, formando um grande círculo; os patos andavam em linha.
De repente todos levantam voo e vimos, lá no meio, a boca de um crocodilo a devorar o que se atrasou a dar às asas.
Antes de irmos para Cooinda ainda houve tempo para ver mais aves em Yellow Water. à conversa com um pescador fiquei a saber que na época seca, com a concentração da bicharada nos poucos rios que sobrevivem, quase não há peixe para os humanos; e o controlo dos rangers do parque quanto à quantidade e tamanho do que é pescado é muito rigoroso.
Aqui estamos em Cooinda, a dormir num contentor dentro de um parque de campismo e de caravanas. Não tem a animação do de Uluru nem as condições do de Jabiru; é o que há.
Tal como os crocodilos, jantei barramundi. Grelhado, acompanhado de batata frita, molho tártaro e um Sirah branco. Um peixe seco e duro; se eu fosse crocodilo e tivesse que comer aquilo todos os dias também andava mal disposto e com vontade de, de vez em quando, dar umas dentadas em carne fresca e saborosa.
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