Na próxima edição da National Geographic a foto de capa será desta região e, por isso, nada melhor que a ir ver antes da chegada maciça de turistas.
Para se chegar lá, primeiro de carro, percorri uma daquelas estradas dos Alpes que adoro, no meio do verde, subindo a montanha entre montes e escarpas, curva contra curva. Daquelas estradas em que, se fosse num carro de corrida era capaz de ecoar o som do motor, da caixa de velocidades, dos pneus por quilómetros e quilómetros.
Entre os vários percursos à escolha e depois de estar a falar algum tempo com uma senhora que levava a Maria, que não deveria ter mais de 3 anos, a passear pela montanha, escolhi o que me parecia mais bonito e fácil.
Nessa bifurcação tinha duas hipóteses: ou seguia em frente para o lago e em direcção a Santis - 4 horas de caminhada - ou então, virar à direita em direcção a Ascher e Wildkirchli. Optei pela segunda.
À medida que subia a paisagem ia ficando diferente: o que começou por ser a base das árvores, "rapidamente" se transformou numa vista por cima delas, as vacas já só se ouviam ao longe e as aves de rapina é que se fazem sentir.
Quase no topo da montanha, quando já não há vegetação e o amarelo da pedra toma lugar, ouço o balir de umas ovelhas. Olho em frente, e dentro de uma pequena cerca, lá estavam elas. Mais adiante o mesmo com coelhos. Lindos, gordos.
Uns metros adiante, Ascher e o característico restaurante/ retiro de montanha construído dentro da rocha.
Estava cheio de gente e foi complicado arranjar um lugar para me sentar. Primeiro partilhei 5 minutos de mesa com uma bela estónia que me disse que a comida, naquele sítio, era muito boa.
Assim, além da cerveja tradicional de trigo de Appenzeller, pedi um não menos tradicional routti de queijo: batata frita palha, com queijo derretido, ervas e pimenta.
Entretanto a estónia foi embora e deu o lugar à Luana, à Nadine e ao Deniz. Três jovens suiços, simpatiquíssimos - ficou a promessa de nos encontramos num futuro próximo - que, como eu, decidiram vir ver Wildkirchli antes da demanda de turistas que se aproxima.
O almoço foi animado, com conversas sobre viagens e a história de Appenzeller. Tanto que prosseguimos juntos o resto da tarde.
Antes de descer ainda fui ver uma caverna onde tem um altar e se celebra missa: Wildkirchli.
Na descida cruzei-me com mais gente a subir e visitei casas de agricultores que vendiam queijo produzido pelas suas imponentes vacas.
Com os meus novos amigos, antes de chegar à base da montanha, cumpri-se uma tradição suíça: beber um vinho e comer uma tarte feita com pêra macerada. Bem bom, daqueles momentos para mais tarde recordar porque, em vez de copos, bebemos o vinho em xícaras de café, com pires e tudo.
No regresso, uma curta paragem na fábrica de cerveja de Appenzeller para provar os sabores locais.
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