Há uns anos tive um convite para vir fazer uma corrida de kart a Singapura. Ainda não se falava da F1 nem da Marina Bay, dois projectos conjuntos. Mas a corrida estava interligada porque era um daqueles eventos paralelos que servem para colocar um produto no mindset dos consumidores.
Não vim.
Desde então tive vontade de descobrir esta cidade no meio do Índico e do Pacífico, a Nova Iorque do oriente.
Singapura amanheceu cinzenta, apesar do calor e humidade; uns pingos de chuva ameaçavam cair mas ficaram-se pela ameaça.
Saímos do hotel e depois de uma breve paragem no Starbucks - não consigo gostar daquilo - começamos uma volta pela cidade.
Primeiro destino: China Town.
Entre arranha-céus novos, brilhantes, com o seus metais e vidros lustrosos, com nomes no topo como JP Morgan, UBS, Merrill Lynch, entre muitos outros, encontra-se o coração de Singapura, as poucas casas da origens da cidade e que ainda conseguem escapar à fúria imobiliária.
Um bairro apertado com ruas de comércio e de restauração, centros de massagens, pavilhões chineses e casas Art Déco, templos budistas, mercados com toda a espécie de cogumelos, peixes, insectos e afins, secos para fins medicinais ou gastronómicos.
Entrei num templo e assisti a uma cerimónia budista. Por respeito imitava os gestos das outras pessoas e não pode deixar de escutar os cantos e orações dos monges, os toques dos vários bongos e sinos, numa atmosfera exótica dado os dourados e o intenso cheiro a incenso.
Colares e pulseiras budistas à venda a partir de 150 dólares; ainda bem que não são uma religião dada a bens materiais!
Comprei uma idêntica, na rua, por 8 dólares. Não está benzida mas para um ateu.. "who cares?!"
De China Town seguimos para Clark Quay, uma zona mais turística, com imensos bares e restaurantes junto ao rio. Cruzamos várias pontes e, pelo meio, a Ana deixou cair a tampa da máquina fotográfica à água. A simpatia e perseverança ibérica e 10 dólares fizeram a tampa voltar à margem.
Seguindo pelo Parlamento fomos dar à Cavenah Bridge e ao Hotel Fullerton, continuando até à Marina Bay para ver o imponente edifício - um "barco em cima de três torres" - o leão que simboliza Singapura e almoçar.
Por falar em almoço, foi no Pelicano: peixinhos fritos e ameijoas acompanhadas de cerveja. O quíntuplo do preço de outros sítios e metade do sabor.
Depois de almoço rumamos ao Zoo de Singapura, quase na fronteira com a Malásia. Estando o Zoo em 64 hectares de floresta tropical, a ideia criada é que os animais vivem em liberdade, já que estão - muitos deles - no seu habitat natural e as barreiras são quase invisíveis.
Entre crocodilos, raias, lontras, esquilos voadores, cobras, tigres, leões, leopardos, ursos, hienas, girafas, ratos, aranhas e escorpiões, peixe-gato, tartarugas e muitas outras espécies, fizemos duas viagens pelo Zoo. Uma de dia, pelo rio: não vão, não vale a pena: um percurso minúsculo de 15 minutos em que apenas vimos ao longe uma girafa. A melhor parte do rio foi a de parecer - para mim e para o João - que estavamos no meio do Mekong a ir buscar o Marlon Brando; nessa altura nem faltaram dois helicópteros a sobrevoarem a zona. Seria o Robert Duvall a ir buscar a prancha?!
De noite pudemos ver os animais de uma forma diferente. Um passeio a repetir mas com mais tempo... Porque depois disso foi uma correria para ir ao hotel tomar banho, jantar num japonês - a melhor refeição até agora - e voar até ao aeroporto numa carrinha saída do Pimp My Ride.
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